A máxima “mantenha os amigos sempre por perto e os inimigos mais perto ainda” meio que encaixa no que vem por aí. A gigante de e-commerce Shein, concorrente master dos varejistas brasileiros, disse na semana passada que planeja elevar para 85% a produção no Brasil de roupas vendidas em seu marketplace no país até 2026.
Para muitos, a decisão ainda é encarada com alguma dose de ceticismo do ponto de vista de execução por analistas e representantes da indústria nacional têxtil e de vestuário, e terá impactos sobre os principais players do varejo de moda.
Para analistas do mercado financeiro que cobrem empresas do setor , a entrada da Shein no Brasil é negativa do ponto de vista de uma nova concorrente, logo em em um momento meio ruim e desafiador para o setor com os juros altos, a inflação e a desaceleração da economia. Por outro lado, também significará que a chinesa deixará de ter algumas vantagens em relação às empresas locais.
Tem espaço pra todo mundo?
O mercado de varejo de vestuário do Brasil ainda é dominado por empresas domésticas, apesar do crescimento de asiáticas como a Shein, a AliExpress e Shopee nos últimos anos. “Desenvolver uma rede forte e confiável de fornecedores locais – como a que a Lojas Renner possui – levará tempo e esforço”, destacaram analistas do Goldman Sachs.
Acordo – Após a polêmica em torno da taxação das encomendas internacionais, varejistas como Shein, Shopee e AliExpress firmaram um compromisso de aderir a um plano de conformidade com a Receita Federal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda (24) que o acordo fechado com essas empresas prevê que os impostos sejam pagos logo na hora da compra.
E-commerce: Shein, Shopee…
O desempenho positivo de março afetou o tráfego das marcas. O Mercado Livre permanece na ponta, somando quase o dobro de visitas únicas do segundo lugar, a Amazon Brasil. Em março, a plataforma argentina cresceu 8%, chegando a 340 milhões de acessos. A Amazon, por sua vez, cresceu 13,7%, enquanto a Shopee teve uma alta mais tímida, de 4%.
As plataformas asiáticas, aliás, ganham tráfego mês a mês. Hoje, além da Shopee, a AliExpress já se consolidou na quinta colocação entre as mais visitadas, subindo seus acessos em 14% no mês passado.
Com 82,2 milhões de visitas, ela vê a chinesa Shein se aproximar, com 75,9 milhões (ocupa a sexta posição). Esses dados são ainda mais relevantes considerando as últimas discussões acerca da taxação de encomendas internacionais, visto que os e-commerces asiáticos retém grande parte da participação no mercado online brasileiro. Prova disso é que das 10 plataformas mais visitadas do país, um quarto é asiática. (Fonte: Conversion)