Sem sombra de dúvida retornar à rotina de trabalho após uma longa parada é sempre difícil, em várias situações, desde férias à licenças. Depois de um diagnóstico e tratamento do câncer de mama, além das fases dolorosas, a rede de apoio é muito importante e ela passa pela família, amigos e a receptividade dos colegas na empresa. 

De acordo com a médica Débora Gagliato (CRM/SP 124.597) e o médico Fábio Francisco Oliveira Rodrigues (CRM/SP 81.824) em um artigo publicado na revista da Abrale, é fundamental a mulher se manter produtiva durante o tratamento ou voltar ao trabalho após a alta. “Ajuda a afastar a depressão e beneficia o estado emocional e a autoestima. Estudos realizados em vários países, inclusive do Brasil, mostram que a atividade profissional contribui para melhores e mais rápidos resultados clínicos, inclusive em casos de recidiva.”

Os profissionais também indicam acompanhamento psicológico caso a mulher tenha mais dificuldade para lidar com os abalos emocionais. Além dos grupos de apoio, interagindo com pessoas que passaram pelo mesmo problema. “Importante é que cada uma encontre o melhor caminho para, depois do câncer de mama, retomar a vida normal – pessoal e profissionalmente –, para vivê-la plenamente, olhando para o futuro e deixando a doença como algo de um passado que foi superado”, afirmam.

Além disso, o ambiente de trabalho influencia muito. “Ser bem recebida e contar com o apoio da chefia e dos colegas é fundamental para a rápida readaptação. O ideal é preparar a equipe para lidar com a situação e evitar situações de constrangimento. Mas, geralmente, o ambiente é favorável, muito em função da empatia entre as mulheres, que costumam ser bastante acolhedoras.

“Passar por processos dolorosos nos faz amadurecer, mudar a postura diante da vida”

Vânia, 54 anos, é pedagoga, mãe da Malu de 24 e da Vicky, 26; vive em Santa Cruz do Sul em uma casa com jardim, quatro gatos, rodeada de livros, perto da família e cheia de amigos de várias tribos. Aos 42 anos, depois de uma caminhada pelo bairro sentiu um calafrio, uma pequena fincada no seio e no auto toque durante o banho, detectou um pequeno caroço. Depois de consulta de encaixe com a mastologista, fez uma série de novos exames (como assim? em menos de um ano os resultados tinham sido bons). Quando retornou ao consultório médico foi orientada a fazer uma punção, o que confirmou a suspeita: câncer de mama. 

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O que veio depois ela conta pra gente:

“Eu entendi e silenciei, marquei a punção e foi confirmado, era a semana dos 15 anos da minha filha, contei para a família que estava fazendo alguns exames e aproveitando que os quatro avós estariam na cidade, além do pai dela, pensei contar no dia seguinte. Recebi solidariedade, palavras encorajadoras e apoio. 

A notícia de um câncer ainda caia como uma bomba em uma família. Na minha família não havia nenhum caso, que soubéssemos, e havia um enorme preconceito, cresci ouvindo que o câncer é “uma bomba de tempo” que cura mas reaparece em outro momento, e tive que enfrentar isso.

Foram oito sessões de quimioterapia, uma cirurgia que cortou um quadrante da minha mama esquerda e 28 rádios + 5, como diziam. Antes ainda teve a retirada dos gânglio sentinela (da axila) para ver se havia metástases e também a implantação de um cateter na jugular, para que as veias não fossem prejudicadas.

Eu acreditava que faria as “quimios” e trabalharia entre uma e outra, mas depois da primeira consegui trabalhar um turno e voltei para casa com uma virose, a imunidade baixou e meu médico sugeriu que eu me afastasse, novo baque para uma capricorniana com ascendente em capricórnio. Minha renda se reduziria e eu teria que encarar o tratamento 100% de frente.

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O tratamento foi pesado, cada quimio era um mergulho profundo e seguido de dias difíceis, cheios de efeitos colaterais, o cabelo caiu, o apetite diminuiu. Embora tentasse manter a positividade, houve muitos momentos de dor e sofrimento. Depois da cirurgia veio o alívio, a nuvem cinza saiu de cima da minha cabeça. 

As sessões de radioterapia exigem preparação e paciência, diariamente fui ao hospital e realizei as sessões previstas. Fiquei sete meses afastada do trabalho e quando voltei ainda restavam algumas rádios. Logo senti que parar de trabalhar e focar no tratamento foi a melhor decisão. Durante 5 anos tomei tamoxifeno. Interrompi após análise da equipe pois sofri muitos efeitos colaterais, há mulheres que tomam durante 10 anos.

Encerrei essa etapa com a certeza da cura, da necessidade de entender o que havia acontecido, que a doença também é a cura, que passar por processos dolorosos nos faz amadurecer, mudar a postura diante da vida, que podemos contar com os outros, que tudo tem seu tempo. Eu sempre me perguntava o que precisava aprender e hoje entendo, procuro compartilhar a minha história, mostrar que sou a “prova viva” de que existe muita vida depois do câncer de mama.”

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Rede de apoio:

https://femama.org.br/site/outubro-rosa-2023/

https://peitoaberto.org.br

https://www.gov.br/inca

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