Durante os dias 17 a 19 de outubro nosso grupo W-CFO Brazil discutiu a relevância da presença feminina em cargos de liderança.
Desde o início de nossa constituição em 2019, buscamos abordar temas e fomentar ações relacionados ao empoderamento feminino, apoiando jovens executivas que tem um sonho de ascender a posições de Direção e C-level em Finanças.
O W-CFO Brazil nasceu do desejo de menos de dez executivas que se encontravam em eventos corporativos e decidiram transcender suas convicções e propósitos para além das fronteiras. Quebramos a barreira das 50, hoje somos 52 associadas e nossa meta é atingir 100 até o início de 2022.
Para celebrar nosso crescimento e ações genuínas durante estes dois anos de existência, nos reunimos para o 1º W-CFO Brazil Experience, em Queluz – SP, com uma agenda que objetivou discutir a relevância da presença feminina em cargos de liderança. Principalmente na área de Finanças, pois somos todas executivas nesta área de atuação.
Nas palavras de nossa membra-fundadora, Sara Velloso, durante entrevista a Band News: “Somos menos de 15% de mulheres que ocupam posições C-level dentro da área de Finanças. Queremos inspirar outras mulheres a alçarem à posição de liderança em Finanças. E buscamos apoiá-las através do programa de Mentoria, no qual já impactamos mais de 50 mulheres.” Ainda durante a entrevista, Sara abordou a importância do apoio mútuo que nosso ecossistema promove entre as associadas. Pois nossa profissão é solitária e a troca de experiência promove um fortalecimento em nossa atuação do dia a dia e nos mantém atualizadas com as questões tanto técnicas quanto comportamentais.
De acordo com o último relatório Women in the Workplace da McKinsey de setembro/2021, a representação feminina aumentou em toda escala de crescimento de cargos e posições desde 2016. No entanto, as mulheres – especialmente as mulheres de cor – continuam significativamente subrepresentadas na liderança.
As mulheres continuam enfrentando desafios no primeiro escalão à chefia: para cada 100 homens promovidos a chefes, apenas 86 mulheres são promovidas. Como resultado, os homens superam as mulheres substancialmente no nível gerencial, o que significa que há muito menos mulheres para serem promovidas a níveis mais altos. O desnível provavelmente explica por que a representação de mulheres nas posições de gerente sênior, diretor e vice-presidente melhorou mais lentamente do que as posições de entrada de carreira.
Ainda nesta pesquisa da McKinsey, “empregados com mulheres gerentes são mais propensos a dizer que seus gerentes os apoiaram e ajudaram no último ano.”
Outra pesquisa bastante relevante. Empresas com mais executivos do sexo feminino ganham mais dinheiro – aqui está o porquê. “Entre as 500 maiores empresas do mundo, apenas 10,9% dos executivos seniores são mulheres, de acordo com o Gender Forward Pioneer Index de Weber Schandwick. Uma parte significativa das empresas, 37%, tem equipes de liderança exclusivamente masculinas, enquanto outros 21% têm apenas uma mulher.”
A pesquisa Panorama Mulher, realizada pelo Insper, também fez a análise do mercado de trabalho e apontou que com uma mulher na liderança, aumenta 4 vezes a chance de ter outra em cargo de conselho. Além disso, cresce em 2,5 vezes a inserção de profissionais femininas na liderança operacional das empresas. Os dados mostram que com isso cria-se paridade.
A diversidade promove a riqueza da pluralidade, traz uma amplitude de visão e elimina pontos cegos que um grupo homogêneo não consegue, muitas vezes, captar. Apesar do assunto diversidade ser pauta constante nos debates corporativos, ainda há muito o que ser feito para o aumento desta presença. E o que depender do nosso grupo estaremos levantando esta bandeira e realizando nossa missão de apoiar e inspirar cada vez mais mulheres.
Cristiane Crucelli
Co-fundadora do W-CFO Brazil. Executiva C-level com mais de 25 anos de experiência em empresas de diversos segmentos de negócio, com forte presença em indústrias de manufatura de bens de consumo. Atuando em empresas multinacionais expressivas em seu mercado. Formada em Economia pelo Mackenzie e Ciências Contábeis pela FECAP. Pós-graduada em Finanças pela FGV-SP, com Especialização em Gestão Estratégica pela The Wharton School e Valuation-gestão de projetos pelo Insper.
