Conflitos entre sócios nascem no núcleo de cada grupo familiar. Não é a deterioração da situação financeira da firma, nem a conjuntura do país, o que dá origem aos conflitos: é o comportamento ético entre os indivíduos.

Existem instrumentos legais que regem as relações entre os sócios, definidos nos acordos societários. Porém a estabilidade e permanência de boas relações dependem de se buscar constantemente meios de elevar o nível ético das relações entre irmãos, parentes, sócios e colegas da profissão.

Os mal entendidos não surgem somente da vaidade e da ganância, mas da falta de cuidado para com as relações humanas. O instinto para se levar vantagem nas diversas situações cotidianas, pode incorrer em degeneração das relações familiares e deterioração da sustentação organizacional.

Para que ações conscientes ou inconscientemente danosas não desajustem a empresa, é necessário agir preventivamente. Essa é a melhor política, pois nas relações entre sócios e familiares não basta “ser de confiança”, é preciso “ter confiança”.

Um dos pontos cruciais é a identificação dos conflitos de interesse e dos abusos por meio de um Código de Ética. Outro ponto a se considerar é encontrar oportunidade em reuniões do conselho e da diretoria para alargar a consciência dessas relações e exercitar a doutrinação nessa área.

Podemos resumir os conceitos centrais do Código de Ética para parentes como duas lições da experiência, as quais aprendem com as próprias empresas familiares, tanto com aquelas que estão se aproximando de suas metas como com outras que estão lutando para superar seus temores, a saber:

•          A empresa familiar, suas características e suas formas de organização se configuram em função de interesses mútuos, tanto em termos de políticas estabelecidas, como em relação aos propósitos da família.

•          Os laços familiares são pré-requisitos que influenciam o direito a sucessão nos cargos de direção. Porém há um fator que não se pode desprezar, que são as condições determinadas pelo mercado, sendo consideradas como variáveis ambientais de relevância à consecução de resultados por parte da empresa.

As mudanças sempre ocorrem. Entendendo isso, é possível observar que a empresa de ontem pode não se adaptar ao mercado atual. Implementar valores e uma mentalidade desenvolvimentista faz com que as pessoas sejam mais flexíveis a variáveis internas e externas e mantenham um grau de adaptabilidade crucial para a perpetuação dos negócios.

A estabilidade e a harmonia no relacionamento familiar e na sua interseção de interesses de longo prazo é o que permitirá o equilíbrio entre os interesses individuais e os da empresa.

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