A invenção das mulheres: Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero é um marco referencial no campo dos estudos de gênero. O livro da socióloga nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí oferece uma nova maneira de compreender o papel social da mulher a partir de referências africanas, especificamente da cultura iorubá.
Sua pesquisa, resultado de sua tese de doutorado, revela como a ideologia do determinismo biológico está no cerne das categorias sociais ocidentais – a ideia de que a biologia fornece a base lógica para organizar o mundo social. Em oposição, em A invenção das mulheres a autora mostra como conceitos baseados no corpo não eram centrais na organização das sociedades iorubás antes da colonização.
Dessa maneira, sua análise acaba por destacar a natureza contraditória de dois pressupostos fundamentais da teoria feminista: que o gênero é socialmente construído e que a subordinação das mulheres é universal. Na recuperação dos conceitos africanos, apagados pela experiência colonial, A invenção das mulheres apresenta uma crítica da tradição ocidental que alterou o modo como os estudos de gênero se articulam, expandindo significativamente o seu campo de análise.
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