Os diretores financeiros estão enfrentando um dos momentos mais transformadores da história da gestão corporativa. Com a ascensão da inteligência artificial (IA) e regulamentações mais rigorosas, o papel desses profissionais está se expandindo para além da administração tradicional. Em 2025, espera-se que esses líderes atuem como guardiões estratégicos da confiança, promovam eficiência e liderem transformações em um ambiente cada vez mais dinâmico e competitivo.
A implementação da IA no setor financeiro vem crescendo rapidamente. De acordo com um levantamento da consultoria Gartner, a adoção dessa tecnologia na área praticamente dobrou em 2024, permitindo a automação de tarefas repetitivas, a detecção de erros e a extração de insights valiosos a partir dos dados. Entre os principais casos de uso estão a automação da correspondência de faturas, a otimização de despesas com viagens e a gestão de crédito ao cliente. Essas aplicações têm impulsionado a produtividade e a eficiência das equipes, tornando-se uma prioridade para as organizações que buscam modernizar suas operações.
Apesar dos avanços, ainda há desafios significativos, principalmente no que diz respeito ao custo e ao retorno sobre o investimento (ROI). Estimativas indicam que os gastos com a implementação dessa tecnologia estão subestimados entre 500% e 1.000%, o que aumenta a pressão sobre os responsáveis pela gestão para identificar casos de uso que realmente tragam impacto econômico. A incerteza quanto aos resultados esperados faz com que muitas companhias hesitem em expandir seus investimentos, exigindo análises mais detalhadas antes da alocação de recursos.
O dilema entre inovação e retorno financeiro é evidenciado por um estudo da consultoria empresarial global independente FTI Consulting, que ouviu 400 executivos da área. A pesquisa mostra que, embora 78% dos entrevistados pretendam aumentar seus investimentos em IA nos próximos 12 a 18 meses, 48% afirmam que, caso essa aplicação não gere um ROI mensurável em um ano, será difícil justificar aportes adicionais. Esse dado reforça a necessidade de uma abordagem estratégica para a implementação de novas soluções, garantindo que os benefícios sejam claros e quantificáveis.
A busca por um retorno comprovado tem direcionado os investimentos para áreas específicas, como planejamento financeiro, contas a pagar e contas a receber, onde os ganhos são mais evidentes. Segundo o relatório “AI Trends Report 2025” do Citizens Bank, a detecção de pagamentos e fraudes é um dos principais usos da inteligência artificial em departamentos financeiros de negócios de médio porte. Esse foco em setores de alto impacto econômico mostra que, para justificar a continuidade dos aportes, as companhias precisam de métricas sólidas e resultados rápidos.
A liderança financeira está se redefinindo em um cenário onde inovação e pragmatismo precisam caminhar juntos. A IA tem o potencial de revolucionar a gestão corporativa, mas sua adoção deve ser acompanhada de planejamento estratégico e mensuração precisa de resultados. A transformação não será apenas sobre aderir às novas tecnologias, mas sim sobre integrá-las de forma sustentável, garantindo eficiência operacional e retorno real para os negócios.
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