O estímulo ao
crescimento na produção doméstica de fertilizantes e defensivos é um avanço fundamental
para garantir a evolução e o bom desempenho do agronegócio brasileiro nos
próximos anos. Essa foi uma das conclusões da segunda Live da série“Conexão
SCA Brasil”, realizada nesta segunda-feira, 15, com as
presenças do presidente doConselho Superior do Agronegócio
(Cosag) da Fiesp, Jacyr Costa Filho, e do diretor daSCA
Brasil Aliança, Alexandre Menezio.

Entre
as importantes inovações analisadas durante o programa, destaca-se o
crescimento na utilização dos biológicos e o Programa Nacional de
Fertilizantes. Para Costa Filho, a iniciativa criada no Governo
anterior assume contornos mais abrangentes do que um plano de Governo e
transforma-se em plano de Estado, ao ser assumido pelo atual Governo. É um
plano que estabelece diretrizes e gestão para aquisição e produção de insumos
importantes para a competitividade do agro nacional.

O país
importa cerca de 85% de todo o fertilizante usado na produção agrícola
nacional. “Só de potássio são 95%, praticamente todo o consumo de cloreto de
potássio, insumo crucial para a produção de soja, principal cultura do agro
brasileiro”, avalia. A recente autorização de funcionamento da mina em Autazes
(AM) para exploração do insumo é uma das boas novas do setor. Costa Filho
observa ainda que esse processo de liberação da mina se arrastava há 15 anos, o
que é um absurdo por ser estratégico para os interesses nacionais.

“Hoje
a importação que vem do Canadá percorre 15 mil quilômetros até chegar
aqui. A mina de Autazes dista apenas 1.500 quilômetros de Sinop (MT), que
é um grande polo produtor de soja no norte do Mato Grosso. Temos de acelerar
esse projeto”, alertou.

A
inauguração da mina de fósforo na Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro, é a
segunda boa nova em relação à produção de insumos no âmbito doméstico. “Houve
um tempo em que essas produções de nitrogenados foram abandonadas por falta de
eficiência local. Mas há projetos que trazem inovação para essas áreas,
alterando esse patamar de custos na produção, com grande vantagem para os
créditos de carbono do agro, o CBio”, contextualizou o presidente do Cosag.

Nitrogenados

Alexandre
Menezio analisou um tempo, não muito distante, em que o Brasil abandonou a
produção de nitrogenados por falta de competitividade em relação aos
importados. “Temos novidades nessa área, para reverter o quadro, com a utilização
de energia renovável, eólica, solar, projetos bem interessantes e uma produção
local de gás natural, com o advento do Pré-Sal. São fatores relevantes para a
redução de custos de produção para os nitrogenados”, complementou Menezio.

Defensivos biológicos

O
crescimento dos defensivos biológicos no Brasil foi examinado como caminho para
reduzir a dependência dos importados. Menezio observou que metade dos insumos
com os quais a SCA Brasil trabalha é proveniente do exterior. “Nós importamos
R$ 800 milhões/ano, a metade é genérica e 80% são produzidos na Índia. Tanto a
China quanto a Índia já percorreram esse caminho, tendo investido nesses
insumos”, analisou.

Jacyr
Costa Filho lembrou que vem do setor de cana-de-açúcar, que há muito tempo
investe nos bioinsumos, um contexto já incorporado. “Benefícios como a redução
de custos e maiores resultados são observados, mostrando a importância de se
investir no setor, considerando fatores de inovação que justificam mais
investimentos em pesquisa”. Menezio
concorda com a análise de Costa Filho. “O mercado se resolve e eu afirmo isso
com o exemplo do Programa Nacional de Fertilizantes. Quando ele foi lançado,
confesso que não me entusiasmou, mas, depois, a gente vê chegarem os
investimentos, mesmo empresas estrangeiras investindo no Brasil, o que mostra
uma perspectiva interessante”.

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