Das quase oito milhões de empresas brasileiras em atuação, 90% são familiares. O modelo familiar de gestão empresarial, que ainda é o pilar da nossa economia, que transfere para a fria e objetiva esfera profissional as intensas relações entre membros de uma família.

No Brasil, o peso da empresa familiar é muito alto. Ao contrário do que aponta a tendência norte-americana de pulverização do controle das empresas, que ocorre em função da necessidade crescente de capital de terceiros para financiar o crescimento. O perfil industrial brasileiro ainda se apresenta concentrado nas mãos de poucos indivíduos, principalmente de grupos familiares.

Dos 300 maiores grupos privados nacionais, 287 são controlados por uma ou mais famílias, 130 estão localizadas no estado de São Paulo e são responsáveis por aproximadamente dois milhões de empregos diretos e possuem, no conjunto, um patrimônio líquido da ordem de 40 bilhões de dólares.

Grupo Votorantim, Pão de Açúcar (cuja administração já foi profissionalizada), Coteminas e Organizações Globo são alguns exemplos de grandes grupos familiares no Brasil.

A linha de pesquisa mais popular na literatura sobre empresa familiar é a que aborda o processo sucessório. Pois é ele quem dará continuidade a essas empresas familiares.

No começo do século XXI, somente nos Estados Unidos existiam 40 institutos de pesquisa ligados a grandes universidades estudando as empresas familiares e suas características.

Tanto material acadêmico tem uma explicação: as estatísticas são muito pessimistas no que diz respeito à sobrevivência dessas empresas após a morte da primeira geração de empreendedores. Sabe-se que apenas 24% das empresas familiares no Reino Unido sobrevivem como tais até a segunda geração, e somente 14% conseguem ir além da terceira.

Nos Estados Unidos, estimativas indicam que 70% delas são liquidadas ou vendidas após a morte de seus fundadores. No Brasil, pesquisas realizadas em 2002 indicavam que, de cada 100 fortunas de famílias brasileiras, apenas 18 foram herdadas.

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