Se Ibovespa cair significa que todos cairão? Não necessariamente. A correlação entre o mercado e outros ativos nem sempre estão diretamente ligados.

Algumas ações podem apresentar diferentes desempenhos do Ibovespa, assim como, algumas modalidades de Fundos – como os multimercados – podendo estar investindo apenas em juros e câmbio, sem Bolsa no portfólio. No entanto, a combinação de estratégias nas modalidades pode levar a uma alta correlação, sem que exista uma relação de causa e efeito entre os dois.

Possivelmente, o bom desempenho está mais relacionado às questões macroeconômicas segmentadas por temas microeconômicos. Entender as diferenças está diretamente ligado em saber os porquês dos movimentos correlacionados e a causalidade dos desempenhos.

Temas que vão muito além dos números e oscilações de preços, mas sim de composição, comportamentos de mercado e como estão inseridos em dado cenário do momento.

“Depois disso, logo por causa disso” – Post hoc, propter hoc

Vivemos diante de uma falácia clássica “post hoc, propter hoc”, a confusão entre a correlação e causa. Não é porque algo aconteceu depois de um determinado fato que derive dele, que haja alguma relação causal entre as coisas.

Se estamos no campo das crenças ou da ideologia, saímos da racionalidade por construção e, portanto, nos afastamos da lógica, incorrendo mais facilmente em falácias e conclusões equivocadas.

Se você tem um jogador favorito e este recomenda um remédio milagroso qualquer, muito possivelmente você vai conferir o poder de cura deste remédio, ainda que a ciência insista no contrário.

Não é nada com você em particular. É da natureza humana. Misturamos aqui dois viéses cognitivos muito bem documentados na literatura das finanças comportamentais: o de confirmação e o Halo Effect.

O primeiro – Viés da Confirmação – se refere à tendência de perseguirmos informações, argumentos e fatos que confirmem nossas convicções prévias, enquanto evitamos o contrário, muitas vezes sem nem o conhecer. Pulamos para a conclusão antes mesmo dos contra-argumentos; da tese à síntese, sem passar pela antítese.

A correlação do mercado com os desempenhos

Vemos isso na prática com muitos investidores sedentos pela recomendação e preço-alvo para aproveitar a “dica quente” sem antes querer saber o racional da sugestão ou os riscos inseridos na oportunidade.

O segundo Halo Effect descreve a tendência de, por conta de uma virtude particular, fazer-se um julgamento geral, ainda que uma coisa não tenha necessariamente nada a ver com a outra.

Uma pessoa educada é vista como inteligente, assim como, alguém dedicado é tratado com íntegro, ou também, uma pessoa simpática torna-se bonita.

O fato de uma coisa não levar à outra, também não impede que exista. Todas as qualidades citadas acima podem coexistir sem correlação.

Nos investimentos, é preciso ter muito cuidado, principalmente, quando se trata de seguir pessoas, recomendações ou determinados profissionais. Se o seu desejo é ser assertivo nas decisões de investimento, acompanhe a oportunidade da forma que ela realmente é – no mais puro e simples sentindo da palavra – sem viés tendencioso, sentimentos, outros fatos ou teorias.

Conforme descreve Taleb, o único tipo de definição possível de racionalidade é aquele que se liga à sobrevivência. Como você cuida do que é seu? Estaria disposto a colocar tudo nas mãos de outrem? Não seria melhor avaliar, com alguma profundidade, os riscos de aplicar seu suado dinheiro?

Olhe para a sua carteira e pense, independentemente de tudo que aconteceu no passado: Ela é a melhor composição para construir o futuro?

Neste sentindo, o Clube Acionista existe para ajudar você a descobrir isso. Somos independentes e dedicados a aproximar os melhores analistas em um só lugar.

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As oportunidades existentes no mercado e qual o potencial para cada ativo estão aqui.

Agora é com você, escolha a categoria que lhe interessa e construa a melhor composição para o seu futuro.