- A ata da 231ª reunião do Comitê de Política Monetária trouxe relativamente poucas informações se comparado ao comunicado da mesma reunião (quando o COPOM cortou a taxa de juros em 75bps.
- Como no comunicado, o COPOM ressalta os riscos de inflação para cima por conta do impacto das medidas de estímulo e também os riscos para baixo em torno da maior ociosidade da economia.
- Pelo lado das expectativas de inflação, nota-se novamente que os diversos cenários apresentados pelo Banco Central indicam espaço para mais acomodação da taxa de política monetária.
- Uma das principais passagens da ata reflete a discussão sobre a existência de um limite mínimo para a taxa de juros nominal (effective lower bound). Neste sentido, o 15º parágrafo volta a reforçar que o limite para economias emergentes é superior ao limite para economias desenvolvidas. Adiciona ainda que a situação do Brasil pode estar próxima ao limite e cortes adicionais da taxa de juros que testem este patamar implicariam em reação adversa no mercado de ativos.
- A conclusão do comitê, pesando todos os pontos, é de que movimentos futuros serão adotados de forma cautelosa. Assim, por mais que o comitê entenda que existe espaço para eventuais novos cortes, “novas informações sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”.
- Ou seja, a atuação futura sobre a taxa SELIC (manutenção ou corte adicional) é menos inequívoca do que foi no passado, sendo que existem argumentos para o COPOM em ambas as direções. Esta articulação somente reforça que estamos (muito) próximos ao final do ciclo de corte atual.
- Evidentemente pesará sobre o cenário do Banco Central as expectativas de inflação, de evolução da atividade e os riscos advindos da política fiscal. Neste sentido, reforça-se o mencionado no parágrafo anterior de atuação cautelosa, mas entendemos que o COPOM deverá promover ao menos mais um ajuste de 0.25% na sua próxima reunião.
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog
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