“Pelo lado do mercado externo continuamos não tendo muita atratividade com juros baixos, pico de pandemia, economia lenta e problemas políticos”

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reuniu nesta terça, 16, em Brasília, para definir a taxa de juros básica, Selic, que atualmente está em 3% ao ano. A decisão da BC será anunciada hoje, 17, por voltas das 18h. A taxa já sofreu 2 cortes consecutivos desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, e para tentar minimizar os estragos econômicos a expectativa de corte é de mais 0,75%. Desse modo, o percentual para a Selic é de uma nova mínima histórica de 2,5% ou até 2,25%. Segundo o Banco Central, a redução de juros é necessária para que a política monetária consiga fazer frente a crise econômica e estimular a recuperação da economia brasileira pós-pandemia.

Através de dados de vendas no varejo no Brasil divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), notou-se que as vendas no varejo caíram 16,8% em abril na comparação com março, sendo assim, o pior resultado da série histórica. Esta foi a primeira vez que a pesquisa refletiu um mês inteiro sob o quadro de isolamento social e a restrições do comércio. Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, o novo corte na Selic pode ser positivo para aquecer a economia, mas negativo para o real que pode se desvalorizar. “É positivo para estimular a economia, mas negativo para o real, pois gera fuga de capital de investidores estrangeiros que investem no país atrelados à taxa de juros. Mas para a economia ter cortes de juros é a base fundamental para estimular a volta do crescimento”, explica Laatus.

Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth o corte só vai gerar impactos positivos se a economia reabrir e as pessoas começarem a consumir, e que exteriormente juros baixos e questões internas do país são um problema.

“Para o mercado de renda variável, no caso a Bolsa, o impacto é fortemente positivo, uma vez que o investidor se vê obrigado a sair da inércia para buscar mais rentabilidade. Pelo lado do mercado externo continuamos não tendo muita atratividade com juros baixos, pico de pandemia, economia lenta e problemas políticos”, ressalta a Sócia-Diretora da FB Wealth.

O Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, diz que é provável é que o BC seja chamado a fazer mais intervenções colocando a taxa de juros ainda mais para baixo.

“Minha expectativa para o Copom é de uma queda de 0,75%, a causa básica para essa queda é a inflação acumulada em 12 meses e das expectativas de inflação que foi relevante de política monetária, ou seja, 2020 e 2021. Além disso, colabora bastante para a queda, um hiato do produto, ou seja, uma atividade muito fraca com uma contração forte e um nível de desemprego elevado, com baixa utilização da capacidade instalada das empresas. Então, isso coloca o hiato do produto bem elevado e é mais um fator para condicionar essa redução da taxa de juros. A minha expectativa é de que o ciclo termine em 1,75%”, finaliza.

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