Oi (OIBR3 e OIBR4) – No 1T20, prejuízo líquido de R$ 6,25 bilhões com o peso da desvalorização cambial

A OI, em Recuperação Judicial, encerrou o 1T20 com um prejuízo líquido de R$ 6,25 bilhões contra um lucro líquido de R$ 629 milhões no 1T19 uma perda de R$ 2,21 bilhões no 4T19. No 1T20, o resultado operacional da Companhia antes do resultado financeiro e dos tributos (EBIT) foi de R$ 188 milhões, comparado ao resultado de R$ 925 milhões no 1T19 e ao resultado negativo de R$ 405 milhões do 4T19.

A Companhia registrou resultado financeiro líquido negativo de R$ 6.476 milhões, bastante impactada pelos efeitos da variação cambial. Além disso, a Companhia registrou um resultado positivo na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social no valor de R$ 34 milhões, resultando em um prejuízo líquido consolidado de R$ 6.254 milhões.

Endividamento – No final de março/20 a dívida bruta da Oi somava R$ 40,06 bilhões.

Posição de caixa – A companhia encerrou o 1T20 com um saldo de caixa de R$ 6,31 bilhões, apresentando um incremento de R$ 4,0 bilhões no trimestre. Os principais fatores que contribuíram foram:

  • A entrada de parte do montante resultante da venda da participação na Unitel, no montante de R$ 3,3 bilhões.
  • A emissão de debêntures privadas no montante líquido de R$ 2,5 bilhões.

Além disso, houve a finalização do processo da venda do imóvel de Botafogo, no valor de R$ 121 milhões, dando continuidade ao projeto de venda de ativos non-core, em linha com o previsto no Plano de Recuperação Judicial e com o Plano Estratégico da Companhia.

Observação: Ainda em processo de recuperação judicial, apenas uma pequena parte desta dívida e de curto prazo.

Receita liquida – No 1T20, a receita líquida consolidada atingiu R$ 4,75 bilhões, queda de 7,4% em relação ao 1T19 e de 3,4% em relação ao trimestre anterior. A receita liquida das operações brasileiras totalizou R$ 4,70 milhões (-7,6% s/ 1T19) e -3,3% em relação ao 4T19). O saldo da receita vem das operações internacionais (África e Timor Leste), somando R$ 49 milhões, com crescimento de 11,1% em relação ao 1T19 e queda de 4,5% em relação ao trimestre anterior.

Comparativo da receita liquida por segmento (1T20/1T19):

  • Segmento residencial somou R$ 1,65 bilhão (-12,0%)
  • Mobilidade Pessoal: R$ 1,70 bilhão, (-2,5%)
  • B2B: receita de R$ 1,32 bilhão (-7,1%)
  • Outros serviços: R$ 25,0 milhões (-37,9%)
  • Operações internacionais: R$ 49,0 milhões (11,1%)

No comparativo com o 4T19, todas os segmentos mostraram redução na receita líquida, de R$ 4,91 bilhões para R$ 4,75 bilhões (-3,4%).

A queda reflete principalmente a exposição aos serviços legados (cobre e DTH) nos segmentos Residencial e B2B e a contínua queda do tráfego de voz. Por outro lado, o rápido crescimento da receita de FTTH do Residencial, de TI do Corporativo e de dados do segmento de Mobilidade Pessoal, impulsionada pelo forte crescimento do pós-pago, compensaram parcialmente essa queda.

Do lado positivo apenas o rápido crescimento da Unidade Geradora (Fibra), com evolução de 771,8% na receita liquida, somando R$ 194 milhões no 1T20, atingindo 1.704 mil de um total de 12.068 mil UGRs, ou seja 14,1% do total.

No 1T20, a Companhia seguiu acelerando os investimentos em fibra para levar banda larga de altíssima velocidade até a casa do cliente, dando sequência à estratégia de rentabilizar o segmento.

No final do período, a Companhia registrou 12.068 mil UGRs no segmento Residencial, uma queda anual de 15,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior e de 4,7% em relação ao 4T19. Um fator que continuou a contribuir para a aceleração desta queda no 1T20 foi a mudança no perfil das desconexões involuntárias iniciada no 4T19, que antecipou a régua de
corte por inadimplência de 120 para 90 dias, impactando principalmente os serviços ligados ao cobre.

Pré-pago – O segmento pré-pago encerrou o 1T20 com 24.163 mil UGRs, redução de 9,8% em relação ao 1T19. Alguns fatores influenciaram estes dados: (i) a política de desconexão de clientes inativos; (ii) a migração de clientes de pré-pago para pós-pago; (iii) a tendência de consolidação de chips no mercado.

Pós-pago – A Oi encerrou o 1T20 com 9.784 mil UGRs no pós-pago, crescendo a base em 20,6% comparado ao 1T19 e 2,7% na comparação sequencial, principalmente devido à estratégia de migração de cliente pré-pago para pós-pago e às ofertas mais competitivas.

Cobertura 2G, 3G, 4G e 4.5G

  • A cobertura 2G da Oi estava presente em 3.498 municípios (correspondendo a 93% da população urbana do país), no primeiro trimestre de 2020.
  • No mesmo período, a cobertura 3G abrangia 1.650 munícipios ou 82% da população urbana brasileira.
  • O acesso 4G alcançou 1.023 municípios, atingindo 75% da população urbana brasileira.
  • A cobertura de 4.5G alcançou 54 municípios, atendendo a cerca de 20% da população urbana.

A Oi atua em parceria com outras operadoras no compartilhamento de rede com intuito de potencializar investimentos e reduzir custos, ao mesmo tempo em que trabalha na melhoria contínua da qualidade dos seus serviços e da experiência do cliente.

EBITDA – No 1T20, o EBITDA consolidado de rotina alcançou R$ 1.533 milhões, apresentando queda de 5,8% em relação ao 1T19 e um aumento de 8,4% na comparação sequencial.

No 1T20, os investimentos (Capex) consolidados da Companhia, considerando as operações internacionais, totalizaram R$ 1.794 milhões, apresentando um crescimento de 4,0% no comparativo anual e uma queda de 9,9% em relação ao trimestre anterior.

Fluxo de Caixa Operacional – No 1T20, o fluxo de caixa operacional consolidado de rotina (EBITDA de rotina menos Capex) foi negativo em R$ 261 milhões e, nas operações brasileiras, foi negativo em R$ 299 milhões, principalmente em função da continuidade da aceleração dos investimentos no período e das receitas menores, que impactaram o Ebitda.

Resultado Financeiro Líquido – O resultado financeiro líquido consolidado da Oi S.A. totalizou despesas de R$ 6.476 milhões no trimestre, em comparação a uma despesa de R$ 2.158 milhões no 4T19 e R$ 202 milhões no mesmo período do ano anterior. No trimestre, o aumento das despesas financeiras é explicado, principalmente, pelo impacto negativo da forte
depreciação cambial do 1T20, reflexo dos efeitos do avanço da Covid-19, que ganhou escala global no período. O item “Resultado Cambial Líquido” voltou a registrar despesas financeiras no trimestre devido à forte desvalorização do Real vs Dólar de 29,0% no 1T20 vs valorização de 3,2% no trimestre anterior.

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