O dia foi de mercados ajustando expectativas depois de sequência de grande apetite ao risco que provocou forte valorização de muitos ativos e queda acentuada da taxa cambial. Na nossa visão, os mercados locais começaram o dia realizando lucros recentes que foram sendo absorvidos por recursos que ingressavam, seguida no final da tarde por nova valorização.

O mais importante item da agenda do dia, era a decisão do BCE (BC europeu) sobre política monetária, e veio dentro das expectativas. O BCE ampliou o volume de compras de PEPP (Pandemic Emergency Purchase Programme) em 600 bilhões de euros para total de 1,35 trilhão de euros, mantendo a taxa de depósito em -0,50% e taxa de refinanciamento em zero. Essas compras irão durar até pelo menos 6/21 e ainda manteve as compras mensais de APP em 20 bilhões de euros. O comunicado também disse que essas taxas ou mais baixas serão mantidas e novos instrumentos poderão ser usados.

Os mercados reagiram com melhoras, mas voltaram a ficar fracos, quando da coletiva de imprensa da presidente Christine Lagarde. Lagarde falou em contração sem precedente na região do euro recuperando no segundo semestre e PIB devendo encolher 8,7% em 2020. Disse que os programas desenvolvidos estão dando resultado, a inflação reprimida pela recessão deve ficar em 0,3% e que as medidas adotadas estão sendo direcionais e temporárias.

Nos EUA, o governo deve retomar novo pacote de estímulos de cerca de US$ 1,0 trilhão e Trump disse que quer uma relação aberta e construtiva com a China, mas eles seguidamente violam promessas. Já o secretário Mike Pompeo disse que vai alertar para as denúncias de atuação de empresas chinesas. O FMI é que espera que a Argentina consiga um acordo com credores de sua dívida. Ainda nos EUA, destacamos o saldo da balança comercial de abril com superávit de US$ 49,4 bilhões e os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior em queda de 249 mil para 1,87 milhão, bem próximo do esperado. Lá o volume de pedidos de recuperação judicial em maio cresceu 48%.

Falando de OPEP+ surgiram notícias que começou a haver algum impasse com o Iraque em termos de extensão e corte de produção, mas no final do dia o petróleo voltou a reagir. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava leve queda de 0,16%, com o barril cotado a US$ 37,23.

O euro era transacionado em alta para 1,135 e notes americanos com taxa de juros para os títulos de 10 anos de 0,75%. O ouro e a prata em altas na Comex pela instabilidade dos mercados e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China com queda de 1,96% e a tonelada em US$ 99,24.

No segmento local, destacamos dirigentes do Bacen discursando e o anúncio de que outros programas estão sendo colocados de pé e vão irrigar o sistema financeiro e dar acesso de liquidez aos setores. Já o presidente da Câmara Rodrigo Maia falou que o Congresso pode ter a iniciativa de ampliar os auxílios emergenciais, mas seria bom que o governo se posicionasse sobre o tema.

Também tivemos o relatório de economia bancaria sendo anunciado mostrando que as maiores instituições estão perdendo um pouco da concentração, dentro da política que o Bacen quer implementar. No mercado, dia de DIs em alta da taxa de juros para os diferentes vencimentos, e o dólar com grande volatilidade entre positivo e negativo, para fechar com +0,81% e cotado a R$ 5,13. Na Bovespa, na sessão de 2/6 houve ingresso de R$ 998,5 milhões, deixando o saldo de junho positivo em R$ 933,0 milhões e o do ano ainda bastante negativo, com saídas líquidas de R$ 75,9 bilhões.

No mercado acionário, dia com Bolsa de Londres em queda de 0,64%, Paris com -0,21% e Frankfurt com -0,45%. Madri e Milão também com quedas de respectivamente 0,78% e 0,04%. No mercado americano, dia de Dow Jones com +0,05% e Nasdaq com -0,69%. Na Bovespa, investidores sustentando a quinta alta consecutiva com 0,89% e índice em 93.828 pontos. Máxima do dia atingindo 84.132 pontos.

Amanhã dia de IGP-Di de maio, mas a agenda americana é que vai determinar com a divulgação do payroll de maio com a criação de vagas no conjunto da economia (público e privado), a taxa de desemprego e o crédito ao consumidor de abril.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado
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