Em abril de 2020, a produção industrial caiu 18,8% frente a março de 2020 (série com ajuste sazonal), queda mais acentuada desde o início da série histórica, em 2002, refletindo os efeitos do isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o segundo mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período perda de 26,1%.
Em relação a abril de 2019 (série sem ajuste sazonal), a indústria recuou 27,2%, sexta queda consecutiva e o recorde negativo da série histórica nessa comparação. A indústria acumulou redução de 8,2% no ano. No acumulado em 12 meses, a indústria recuou 2,9%.
A queda de 18,8% na passagem de março para abril de 2020 foi a mais acentuada desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2002. Esse resultado se refletiu na expansão do número de segmentos com taxas negativas, que atingiram todas as quatro grandes categorias econômicas e 22 dos 26 ramos pesquisados, evidenciando o aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, devido ao isolamento social por conta da pandemia da COVID-19. O índice de média móvel trimestral caiu 8,8% em abril de 2020 frente ao nível do mês anterior, intensificando o recuo de 2,4% verificado em março.
O recuo de 18,8% da atividade industrial na passagem de março para abril de 2020 teve perfil generalizado de queda, alcançando todas as grandes categorias econômicas e a maior parte (22) dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, a influência negativa mais relevante foi assinalada por veículos automotores, reboques e carrocerias (-88,5%), pressionada, em grande medida, pelas
paralisações/interrupções da produção ocorridas em várias unidades produtivas, por conta dos efeitos causados pela pandemia da COVID-19. Com isso, esse ramo intensificou o recuo observado no mês anterior (-28,0%) e apontou a queda mais intensa desde o início da série histórica.
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Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%), de metalurgia (-28,8%), de máquinas e equipamentos (-30,8%), de bebidas (-37,6%), de produtos de borracha e de material plástico (-25,8%), de produtos de minerais não-metálicos (-26,4%), de produtos de metal (-26,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-33,8%), de outros equipamentos de transporte (-76,3%), de couro, artigos para viagem e calçados (-48,8%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,5%), de produtos têxteis (-38,6%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-26,0%), de outros produtos químicos (-7,3%), de produtos diversos (-30,6%) e de móveis (-36,7%).
Por outro lado, entre os três ramos que ampliaram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por produtos alimentícios (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%), com ambos voltando a crescer após recuarem no mês anterior: -1,0% e -11,0%, respectivamente.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a março de 2020, bens de consumo duráveis, ao recuar 79,6%, teve a queda mais acentuada em abril de 2020, influenciada, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis. Essa redução foi a mais intensa desde o início da série histórica e marcou o terceiro mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 84,4% nesse período.
O segmento de bens de capital (-41,5%) também teve redução mais elevada do que a média nacional (-18,8%) e marcou a queda mais acentuada desde o início da série histórica. Os setores produtores de bens intermediários (-14,8%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-12,4%) também assinalaram recuo na produção, com o primeiro intensificando a queda registrada no mês anterior (-3,7%); e o segundo prosseguindo com o comportamento negativo presente desde novembro de 2019 e acumulando nesse período perda de 25,2%. Esses dois segmentos tiveram os resultados negativos mais intensos de suas séries históricas.
(MR – Agência Enfoque)
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