A Embraer mostra preocupação com os desdobramentos da suspensão da criação de uma joint venture com a fabricante norte-americana Boeing e as consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus.

A Companhia destaca que houve contratação de procedimentos legais durante o processo, como arbitragens; afirmando que pode ser obrigada a pagar danos monetários significativos à Boeing.

Além disso, mesmo se for bem-sucedida em tais processos legais, pode haver publicidade negativa associada a processos legais. A Embraer destaca ainda que são possíveis litígios movidos por acionistas e detentores de ADRs (American Depositary Receipt).

A Embraer continua acreditando firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA e o Contrato de Contribuição; que a Embraer estava em total conformidade com suas obrigações nos termos do MTA e do Contrato de Contribuição e que seus processos de arbitragem pendentes contra a Boeing; e suas afiliadas são uma aplicação válida de seus direitos nos termos do MTA e do Contrato de contribuição.

Além disso, existem os problemas causados nos negócios da companhia pela pandemia.

A Companhia encerrou o 1T20 com prejuízo líquido de R$ 1,28 bilhão (R$ 433,6 milhões no ajustado) . A ação EMBR3 encerrou ontem cotada a R$ 7,41 com queda de 62,4% no ano.

Sobre a valorização da ação EMBR3 após a notícia que as empresas: Irkut) da Rússia e a chinesa COMAC sinalizaram interesse em cooperação com a unidade comercial da Embraer a companhia respondeu que regularmente avalia potenciais parcerias e oportunidades de negócios, sem que existam, nesse momento, quaisquer tratativas com as empresas mencionadas dos dois países.

GUIDE INVESTIMENTOS: EMBRAER (EMBR3) estuda novas parcerias

A Embraer antes pretendia adquirir 80% da divisão de avião comercial da Boeing.

Com parceria fracassada, a Embraer agora procura novas, de menor dimensão.

O acordo com a Boeing traria uma série de sinergias para ambas as companhias competirem com a europeia Airbus; levou a indústria global a outro patamar após comprar a linha de aviação comercial da Bombardier.

Agora, a Embraer está apostando em seu portfólio de jatos regionais e executivos e no histórico de inovação para seguir no jogo sem um parceiro com o porte da companhia americana.

A análise de possíveis parcerias está sendo feita à partir da elaboração do plano estratégico de cinco anos da divisão de jatos comerciais.

No final de abril, já estavam circulando notícias sobre uma potencial parceria entre a Embraer e a estatal chinesa Comac – a companhia brasileira já teve uma experiência de produção na China, com o jato Legacy 650.

Na última semana, empresas russas e indianas também foram citadas entre as interessadas em uma aliança com a brasileira.

Impacto: Positivo. Após o fracasso de sua parceria com a Boeing, a Embraer agora pensa em parcerias mais simples, mas que ao mesmo tempo também consigam trazer a ela sinergia a partir da combinação de negócios. O interesse de companhas chinesas, russas e indianas demonstrado nos últimos dias, já conseguiu gerar o tom mais positivo para os papéis da companhia.

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