Com o novo cenário de pandemia, a Rumo fez um comitê de crise, para tomar as medidas de contingência necessárias e também fez uma série de doações em combate à pandemia.
Os principais destaques do trimestre foram:
• A partir da renovação da concessão da Malha Paulista, conforme Fato Relevante divulgado em 27 de maio de 2020, foram celebrados dois acordos entre a Rumo e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT):
• A quitação de multas, até então controversas, por parte da Companhia junto à ANTT, resultando em impactos não recorrentes no EBITDA de R$ 64 milhões e no resultado financeiro de R$ 39 milhões e;
• O encontro de contas entre os passivos de concessão e créditos de ações trabalhistas anteriormente pagas pela Rumo, que gerarão ganhos de resultado (igualmente não recorrentes) no montante de R$ 468 milhões no segundo trimestre de 2020, além de futuros créditos ainda sujeitos à confirmação;
• O volume transportado apresentou queda de 7,6% frente ao 1T19, atingindo 12,3 bilhões de TKU, impactado principalmente pela:
• Operação Norte: (i) entrada tardia da safra de soja em relação ao 1T19 (sazonalidade); (ii) menor estoque de passagem de milho em janeiro; (iii) chuvas na serra e no Porto de Santos (SP), 73% acima da média para o mês4 e; (iv) ataque hacker;
• Operação Sul: (i) entrada tardia da safra de soja em relação ao 1T19 (sazonalidade); (ii) queda no volume de industriais em decorrência da Covid-19; (iii) quebra da safra de soja no Rio Grande do Sul e; (iv) ataque hacker;
• O mês de janeiro, como esperado, apresentou volume mais baixo, como consequência da entrada tardia da safra de soja, em relação ao ano anterior. Fevereiro, por sua vez, apresentou crescimento de 20%, refletindo uma boa performance operacional somada ao aumento de capacidade;
• Em março, o mercado já estava bastante aquecido com a venda e transporte da soja, mas a cia enfrentou problemas operacionais na primeira quinzena em razão de chuvas muito acima da média em Santos, acarretando perda de volume, e um ataque hacker 5 ,ocorrido na segunda quinzena que limitou a possibilidade de recuperação do volume no mês;
• O EBITDA foi de R$ 653 milhões, -19% vs. 1T19, com margem de 45,9%, impactado por: (i) menor volume, refletindo a entrada tardia da safra de soja em relação ao 1T19 e as restrições operacionais em março e (ii) queda de tarifa no trimestre;
• O endividamento ao final do 1T20 foi de R$ 15,2 bilhões. A alavancagem atingiu 2,1x (dívida líquida abrangente/EBITDA) vs. 1,8x no 4T19, considerando o EBITDA ajustado de R$ 3.681 bilhões dos últimos 12 meses;
• O saldo da dívida líquida abrangente atingiu R$ 7,6 bilhões, 14,3% superior ao 4T19;
• O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 136 milhões, ante um lucro de 27 milhões no 1T19, em função do menor EBITDA e do impacto não recorrente e não caixa do MtM de derivativos.
Impacto: Marginalmente negativo. A Rumo apresentou um resultado não muito consistente, em comparação com os períodos anteriores. Isto se deu por conta da sazonalidade, com a entrada tardia da safra de soja em relação ao ano anterior. Os números deve ser compensados no 2T20.