A Arezzo é líder de mercado nas categorias de calçados e bolsas para as classes A e B através das marcas Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, Anacapri, Fiever e Alme. Em 2019 fez uma parceria com a Vans para a venda de seus produtos no Brasil.
A companhia registrou um bom resultado no 1T20, a despeito de todos os problemas causados pela pandemia da Covid-19; com fechamento de lojas e restrições às atividades industriais e comerciais. Segundo a Arezzo, até o início da segunda quinzena de março; quando a pandemia de COVID-19 começou a evoluir no Brasil, as vendas nas lojas físicas apresentavam crescimento expressivo.
A estimativa e que o isolamento social a partir de 16/03 causou perda de R$ 63,3 milhões em faturamento. Por outro lado, as vendas para o Dia da Mães foram expressivas, com crescimento de 380% do web commerce.
A empresa lançou a Vendedora Digiral modalidade na qual gerentes/vendedoras enviam seus códigos de desconto às suas clientes e também a campanha #maisquevendas, na qual os colaboradores se tornaram vendedores.
Em 23/05, iniciou-se o retorno parcial das atividades na nossa unidade localizada no município de Campo Bom e o centro de distribuição em Cariacica (ES) permaneceu em operação durante todo o período.
A Arezzo adaptou seus conteúdos e aumentou a capacidade no canal online.
A companhia já tem aproximadamente 24% de sua rede de lojas (178 lojas) abertas, Desde a reabertura; essas lojas estão apresentando performance média de 46% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Nos Estados Unidos, a receita da operação registrou crescimento de 23,6%. Em dólares, o crescimento foi de 5,6%. Nos meses de janeiro e fevereiro, a operação apresentou forte crescimento de 57,0% em reais e 38% em dólares.
Destaques Financeiros:
• A Receita Líquida do 1T20 alcançou R$ 375,5 milhões, retração de 0,4% sobre o 1T19;
• Crescimento recorde do web commerce de 53,9%, passando a representar 15,9% do faturamento da companhia no mercado interno;
• No 1T20, o Lucro Bruto somou R$ 172,4 milhões com margem bruta de 45,9% e expansão de 20bps;
• O EBITDA do 1T20 totalizou R$ 64,3 milhões (margem EBITDA de 17,1%) com crescimento de 17,8% ante o 1T19;
• Retração de SSS sell-out (Same-Store-Sales) de 10,6% no trimestre, em razão do fechamento temporário das lojas provocado pelo COVID-19 em março.
O retorno sobre o capital investido (ROIC) atingiu o patamar de 20,9% frente a 25,9% no 1T19.
No 1T20, a Arezzo&Co investiu R$ 14,1 milhões em CAPEX.
Caixa Líquido – A Arezzo encerrou o 1T20 com caixa líquido de R$ 3,2 milhões.
• O endividamento bruto ficou em R$ 616,0 milhões ante R$ 174,3 milhões no 1T19. Na segunda quinzena de março, a Companhia optou pela captação preventiva de linhas de crédito no valor total acumulado de R$ 394,1 milhões para complementar a posição de caixa da Companhia em meio ao cenário desafiador causado pela pandemia do COVID-19;
• A taxa de juros média das captações foi abaixo de CDI + 2% a.a., com prazo médio de 18 meses;
• Relação Caixa/EBITDA de 0,0x frente a 0,5x no 1T19.
Ontem a ação ARZZ3 encerrou cotada a R$ 43,90 com queda de 31,4% no ano. Temos recomendação de COMPRA para a ação com preço justo de R$ 54,50, com valorização potencial de 24%.
GUIDE INVESTIMENTOS: AREZZO CO (ARZZ3) divulga resultados do 1T20
A Arezzo conseguiu acelerar a digitalização de seus canais para o período de quarentena, integrando suas franquias e oferecendo uma série de novos serviços, como venda via link remoto por WhatsApp, retiradas agendadas via drive-thru em shoppings e lojas de ruas, entrega pelas lojas em domicílio e prateleira infinita com acesso irrestrito das lojas físicas aos produtos do web commerce.
Para evitar estoques excessivosna cadeia, reduziram grande parte das coleções que ainda seriam produzidas e suspenderam o faturamento para lojas que estavam de portas fechadas. Também, ofereceram 60 dias de prazo adicional para pagamento dos royalties pelos franqueados.
Dada a importância de manter uma posição de caixa robusta para enfrentar o período atual, captaram uma dívida no montante total de R$ 450 milhões; a repriorizaram dos investimentos estratégicos de 2020, reduziram despesas operacionais; além da redução de 30% dos salários do CEO, Diretores Executivos e Conselheiros e de 25% dos Diretores e Gerentes.
A extrema transparência com os franqueados, e rápidas iniciativas tomadas para minimizar seus riscos; os ajudaram a ter um resultado do dia das mães, grande evento para o setor no 1T20, fosse surpreendente.
Além disso, de 23/04 a 10/05 e atingiram 55% das vendas de 2019 (nas marcas Arezzo, Schutz, Anacapri) mesmo com cerca de 85-90% das lojas físicas fechadas nesse período, o que equivale a uma perda de valor equivalente a R$ 63,3 milhões em vendas. Adicionalmente, vale destacar o crescimento de 380% do web commerce.
Após o dia das Mães, agora o foco é na adaptação ao novo normal, com maior tendência dos franqueados a seguirem com a omnicanalidade pós crise, menor tempo de espera entre o lançamento das coleções e a exposição nas lojas e a criação de uma verdadeira plataforma digital de moda, que está mais próxima de se consolidar.
Entre outros destaques:
• A marca Arezzo atingiu receita de R$ 181,4 milhões no primeiro trimestre, um retração de 18,6% em relação ao 1T19. A marca tem um peso grande da coleção de dia das mães em suas vendas, e por conta da pandemia, pedidos de produtos que seriam faturadospara a data na segunda quinzena de março foram suspensos;
• A marca Schutz teve performance global estável (+0,1%) no 1T20. No mercado interno, representou 25,8% do faturamento da Companhia e somou R$ 103,5 milhões de receita bruta no 1T20 retração de 7,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Seguindo a tendência dos últimos trimestres, a marca registrou ótimos resultados na categoria de bolsas, que passou a representar25,7% do mix;
• A marca Anacapri alcançou receita de R$ 50,5 milhões, com retração de 7,1% vs o 1T19 encerrando o trimestre com 12,6% de representatividade no faturamento no mercado interno;
• A marca AlexandreBirman apresentou crescimento global de 14,0%;
• A marca Fiever apresentou retração de 16,4% no trimestre, impactada pelo fechamento temporário de sua lojas próprias e de um menor faturamento para o canal multimarca devido a pandemia do COVID-19 (apesar de uma excelente captura de pedidos sell-in na feira Couromoda em janeiro);
• A Alme apresentou crescimento de 5,9% no período. Assim como a Fiever a marca teve excelente crescimento de pedidos de sellin no trimestre, mas por conta do COVID-19 o faturamento usualmente concentrado ao final do trimestre foi suspenso;
• A mais nova marca do grupo – Vans®, registrou faturamento de R$ 49,7 milhões, passando a representar 12,4% da receita bruta da Arezzo&Co no mercado interno;
• Refletindo a estratégia da Companhia de fortalecimento das lojas monomarca, a rede de PDVs Arezzo&Co (Lojas Próprias + Franquias + web commerce) apresentou uma performance negativa de 7,4% nas vendas do sell-out no 1T20 em relação ao 1T19 devido, principalmente, ao fechamento temporário das lojas físicas a partir da terceira semana do mês de março;
• O faturamento do canal Multimarcas apresentou crescimento de 18,4% ante o 1T19, impulsionado principalmente pela adição da marcaVans®;
• A Companhia atingiu EBITDA de R$ 64,3 milhões no 1T20, crescimento de 17,8% em relação aos resultados apresentados no 1T19, com destaque para: (i) A incorporação da licença exclusiva da marca Vans no Brasil em seu primeiro ano de operação; (ii) Obtenção de créditos fiscais extemporâneos que tiveram impacto positivo de R$ 29,9 milhões; e (iii) impactoda operação norte-americana na margem da Companhia, de 740bps;
• O lucro líquido do período somou R$ 25,9 milhões, sendo 11,9% acima em relação ao 1T19, com impacto positivo proveniente da recuperação de créditos fiscais, cujo efeito líquido de impostos foi deR$ 20,0 milhões.
Impacto: Positivo. A companhia apresentou resultados acima do esperado pelo mercado. Suas rápidas iniciativas de venda digital, campanhas de marketing, desenvolvida plataforma digital, que conseguiu incluir ainda mais franqueados, e início positivo da marca Vans em seu portfólio, contribuíram para que a varejista performasse bem, mesmo com suas lojas físicas fechadas.
