A gradativa recuperação da economia e o crescimento da safra previsto para este ano deve estimular mais emissões de papéis ligados ao agronegócio – em particular as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Para o investidor, é a oportunidade para ganhar dinheiro com títulos que ajudam a irrigar produtores com capital para investir em terras e maquinário. As LCAs costumam ser a porta de entrada no setor, e funcionam de maneira muito semelhante ao Certificado de Depósito Bancário (CDB), remunerando um percentual do DI.

A vantagem está na isenção do Imposto de Renda, e há cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações até R$ 250 mil por pessoa e por instituição financeira. Atualmente, as LCAs de bancos pequenos e médios oferecem em torno de 100% de DI.

Há um ponto que o investidor precisa manter a cautela: a isenção do IR pode estar com os dias contados.

O atual ministro da Economia, Paulo Guedes, já acenou que pretende eliminar benefícios tributários dos diversos tipos, mas não está claro se esta mudança valeria também para as letras. Se isso ocorrer, a remuneração das LCAs terá a mesma regra que os CDBs, e a comparação terá de ser feita rigorosamente sobre os índices de remuneração.

Outra opção para aplicar em títulos da agricultura são os CRAs, emitidos por securitizadoras para adquirir recebíveis (empréstimos, duplicatas, notas promissórias etc.). Também contam com isenção do Imposto de Renda, mas não são asseguradas pelo FGC.

“Os CRAs têm se tornado uma boa oportunidade para quem pretende investir por longo prazo, acima de cinco anos, pois tem boa rentabilidade, margem de risco razoável e lastros maiores do que as LCAs“, explica o consultor financeiro André Bona.

Originalmente sob a lupa apenas de grandes investidores, desde 2017 os CRAs têm mirado os pequenos no interesse em pulverizar a base de captação. Por isso, já podem ser encontrados no mercado CRAs com investimento mínimo em torno de R$ 1 mil.

Atualmente, as formas mais comuns de remuneração são percentual do CDI (taxa pós-fixada); CDI + Taxa Prefixada; Índices de Preços + Taxa Prefixada e Taxa Prefixada.

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