Depois de ontem, quando os mercados do mundo passaram por enorme sufoco a partir da loucura que ficou o mercado de petróleo, hoje foi dia de maior acomodação e recuperação dos mercados de risco em praticamente todo o mundo. Novamente o petróleo acabou dando o tom com maior normalidade de preços (dentro do que é possível), mostrando alguma alta.

Declarações da OPEP de que podem voltar a cortar produção e do secretário americano Steven Mnuchin de que devem apoiar o setor de petróleo ajudaram os mercados nessa normalização. O Departamento de Energia americano DOE anunciou que os estoques da semana cresceram 15,92 milhões de barris para 518,5 milhões e os estoques cushing expandiram 4,8 milhões de barris para 59,7 milhões de barris. A utilização da capacidade das refinarias caiu para 67,6 % e a previsão é que algumas empresas americanas vão paralisar produção.

Trump é que voltou a ameaçar o Irã, autorizando a Marinha do país a destruir canhoneira iraniana, caso as embarcações americanas sejam importunadas. O Irã anunciou que lançou ontem um satélite militar e o secretário americano Mike Pompeo disse que a ONU tem que fazer alguma coisa.

A Fitch, uma das três maiores agências de classificação de risco do mundo estimou que o PIB mundial deve encolher 3,9% em 2020, na maior queda desde a segunda guerra, e para o Brasil projeta encolhimento do PIB de 4%, quando já existem projeções de queda de até 6%. A Turquia cortou juros básicos em 1%, tirando de 9,75% para 8,75%. Na zona do euro, a confiança do consumidor caiu para -22,7 pontos em abril, vindo de 11,6 pontos no mês anterior. A União Europeia considera plano de 2 trilhões de euros para recuperação pós-pandemia.

A OMS – Organização Mundial da Saúde declarou que o número de infectados no mundo já passa de 2,5 milhões e as mortes de 160 mil. Voltou a alertar países para tomarem muito cuidado com o relaxamento do isolamento social e com a volta das atividades para evitar segunda onda de contágio e teme por aceleração de contágio na África e América Latina.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava recuperação de 20,4%, com o barril cotado a US$ 13,93. O euro era transacionado em queda para US$ 1,082 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,62%. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China também teve dia de alta de 0,79%, com a tonelada encerrando cotada a US$ 85,04.

No segmento doméstico, o secretário de economia Sachsida disse que a saída da crise será com reformas pró-mercado e que o principal entrave será a relação dívida e PIB em alta. Mais cedo, Sachsida tinha dito que o governo não aumentará gastos para cobrir despesas com o Covid-19. Já a Receita Federal anunciou que a arrecadação de março foi de R$ 109,7 bilhões, a menor arrecadação para o mês desde 2010. No ano soma R$ 401,1 bilhões, com queda real contra igual período de 3,3%. No ano, mostra alta de 0,21%. As desonerações de 2020 atingem R$ 25 bilhões.

O fluxo cambial de abril até 17/4 está negativo em US$ 1,52 bilhão com fluxo financeiro negativo de US$ 4,46 bilhões. No ano está negativo em US$ 12,9 bilhões. As perdas com operações de swap chegam a R$ 3,7 bilhões e a posição cambial líquida estava em US$ 310, 8 bilhões. O secretário de privatização Salim Mattar adiou projetos de privatização e disse que talvez não haja clima para nenhuma venda nesse ano, com os mercados como estão e vendas na “bacia das almas”.

No mercado, dia de DIs com juros em forte baixa e dólar fortemente pressionado exigindo atuação do Bacen com swap, e fechando com alta de 1,90% e cotado a R$ 5,41. Na Bovespa, na sessão de 17/4 os investidores estrangeiros sacaram recursos no volume de R$ 485,3 milhões, deixando abril novamente negativo em R$ 1,67% e e 2020 com saídas líquidas de R$ 66 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 2,30%, Paris com +1,25% e Frankfurt com +1,61%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,28% e 1,91%. No mercado americano, o Dow Jones com 1,99% e Nasdaq com +2,81%. Na Bovespa, dia de alta de 2,17% e índice em 80.687 pontos.

Na agenda de amanhã teremos a confiança da indústria de março, indicadores PMI de atividade para diferentes países e nos EUA os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior, as vendas de casas novas de março e o índice de atividade industrial de Kansas.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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