Ontem foi dia de rally no mercado acionário americano, com o Dow Jones mostrando valorização de 7,73% e o Nasdaq com +7,33%, ajudando a impulsionar a Bovespa que fechou com recuperação de 6,52% e índice em 74.073 pontos. O dólar teve dia de contração de 0,65% e encerrou cotado a R$ 5,293.

Hoje as Bolsas da Ásia espelharam essa elevação nos EUA e terminaram o dia com boas altas e o mercado de Tóquio com +2,01%. A Europa tem manhã de alta ao redor de 3% e acelerando e os futuros do mercado americano com boas altas também. Aqui, seguimos com objetivo em superar novamente a marca dos 79 mil pontos do índice, para dar maior consistência ao processo de recuperação de curto prazo. Ontem o mercado foi afetado no final pelos boatos de saída do ministro Mandetta da Saúde, mas isso acabou não ocorrendo. Mercados absorvem os sinais de estabilização de contágio do covid-19 em diferentes países.

A S&P, maior agência de classificação de risco do mundo, manteve a nota do Brasil em BB-, mas alterou a perspectiva de positiva para estável. Com isso, deu um crédito de algo como um ano, em função da necessidade de medidas para domar o covid-19. Já o presidente Trump diz que o momento é crucial de ação contra o vírus, e sobre o petróleo disse que ser for olhado o mercado, certamente haverá cortes na reunião da OPEP+ de quinta-feira, e que se for convocado para reduzir produção estudará o problema. Lá é mais complicado por conta de a produção ser de empresas privadas, diferente, por exemplo, da Arábia Saudita e Rússia.

Já a presidente da Câmara americana Nancy Pelosi diz que um novo pacote fiscal seria de pelo menos mais US$ 1 trilhão. No Japão, foi decretado estado de emergência e um pacote econômico de US$ 988 bilhões. Já as reservas internacionais da China declinaram para US$ 3,06 trilhões e não foi registrada nenhuma morte nas últimas 24 horas pelo covid-19. Em compensação o segundo ataque de membros ligados ao presidente contra a China pode ameaçar nossas exportações de alimentos para o país, até por conta da obrigatoriedade de a China ter que comprar alimentos dos EUA.

O primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson segue internado em UTI pelo contágio do coronavírus. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,46% (desacelerando do início da manhã), com o barril cotado a US$ 26,46. O euro era transacionado em alta para 1,088 e notes americanos de 10 anos com juros em alta para 0,74%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na Bolsa de Chicago.

Aqui, o STF pelo ministro Levandowski determinou que reduções de salários só valem com o parecer dos sindicatos, o que gera maior instabilidade, até por conta de já terem havido negociações anteriores a posição do STF. Já o Bacen estuda como flexibilizar temporariamente o colchão de reservas dos bancos para estimular repactuação de empréstimos. O ministro Onyx disse que os auxílios emergenciais para vulneráveis deve começar a sair hoje. Já o Senado adiou a votação do orçamento de guerra para o dia 13/4, quando podia ter acelerado.

A agenda do dia não tem muita capacidade de alterar o comportamento do mercado, apesar do IBGE divulgar as vendas no varejo de fevereiro e nos EUA termos o relatório Jolts de emprego e crédito ao consumidor de fevereiro. Vamos ficar mesmo na dependência de noticiário internacional e de novas disputas internas. Mas a expectativa é de Bovespa novamente em alta, dólar fraco e juros subindo.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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