A empresa promoveu uma teleconferência para dar mais informações sobre o comunicado feito acerca das medidas que serão tomadas para equilibrar o fluxo de caixa este ano, com o difícil contexto econômico dado pelas medidas de combate ao Coronavírus.
Como dissemos, a preparação para o cenário que é inevitável parece positiva. Porém, a dureza das medidas assusta, por que nos dá uma ideia da enormidade da crise que a Petrobras vislumbra.
Os pontos mais relevantes discutidos foram os seguintes:
• Venda de combustíveis: Querosene de aviação (caiu muito), diesel (pequena queda em função do consumo no agronegócio), gasolina (forte queda) e o bunker (combustível para navios) está com forte demanda;
• O estoque de petróleo na empresa está elevado. Isso vai gerar perdas contábeis importantes nos balanços do primeiro semestre;
• A taxa de utilização das refinarias neste momento é de 74%, comparado a uma média de 79% em 2019. A taxa atual nos parece alta, e deve estar elevando os estoques de produtos, comprometendo o capital de giro;
• É provável que ocorram outras reduções na produção de petróleo em abril ou maio;
• Foram postergadas as manutenções em refinarias para evitar aglomerações;
• Possivelmente será feita uma revisão completa no portfólio de investimentos;
• Em duas semanas a empresa deverá ter um número mais claro da redução nos investimentos para 2020. Ainda não há uma visão clara dos efeitos em 2021;
• Já começaram a rever todos os contratos de serviços. O ambiente atual da indústria do petróleo facilita o ganho de descontos;
• As paradas de produção na China podem ter comprometido os prazos para a construção de plataformas e equipamentos. Isso pode impactar a produção futura. Acreditamos que é válido lembrar, das principais medidas tomadas na manhã de ontem pela Petrobras:
• Saque das linhas de créditos compromissadas no valor de US$ 8 bilhões, que já entraram no caixa esta semana. A estas linhas, vão se somar mais duas com valor total de R$ 3,5 bilhões;
• Redução dos investimentos programados para 2020 de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões;
• A produção de petróleo será reduzida em 100 mil barris por dia até o final de março, em função do excesso de oferta no mercado externo. A Petrobras vai continuar monitorando o mercado e poderá fazer cortes adicionais na produção;
• Postergação na data de pagamento do dividendo anunciado em 19/fevereiro;
• Redução no gasto com pessoal no valor de R$ 2,4 bilhões. As medidas vão envolver o adiamento do
Programa de Prêmio de Performance, postergação no pagamento de horas-extras, cancelamento de promoções e suspensão dos treinamentos;
• Vão ser aceleradas medidas de diminuição o dos gastos operacionais, com uma redução adicional de US$ 2 bilhões. Para isso, será feita a hibernação de plataformas instaladas em águas rasas e que tem custos maiores, redução das intervenções em poços e a postergação de contratações relevantes por 90 dias.
Este ano, PETR4 caiu 52,3%, bem mais que o Ibovespa, que teve uma desvalorização de 32,8%.
Confira os principais destaques das empresas
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