As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e de Crédito do Agronegócio (LCA) se tornaram aplicações com bom potencial para procurar ganho na renda fixa em meio ao cenário de queda na Taxa Básica de Juros (Selic), atualmente em 4,25% ao ano. Conforme a ferramenta Renda Fixa, que compara diferentes tipos de investimentos, já há letras que pagam valores semelhantes aos títulos do tesouro, e com a vantagem da isenção tributária.
Na Modal Mais, por exemplo, um título com vencimento em cinco anos paga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e mais um bônus de 3,3% ao ano – o que leva a rentabilidade acumulada projetada para 45,23%, conforme o Renda Fixa. A aplicação mínima é de R$ 10 mil. Na Nova Futura, um LCI promete rentabilidade prefixada de 5,7% ao ano para liquidação em três anos, o que chega a 18,09% no período. Ou seja, além de pagar mais de 130% da Selic, a aplicação ainda retorna sem incidência de impostos. O investimento mínimo exigido também é de R$ 10 mil.
O educador financeiro Cléber Miranda afirma que em bancos digitais e algumas corretoras o investidor consegue encontrar títulos com aplicações iniciais ainda mais baixas, a partir de R$ 1 mil. Mas nesses casos será ainda mais importante monitorar a rentabilidade e o prazo de resgate, para ver se vale a pena. “Uma das limitações desta aplicação é a baixa liquidez, então é sugerida para aplicações de médio prazo, ou seja, para um dinheiro que você não precisará para cobrir uma emergência”, afirma Miranda.
Conforme profissionais de investimentos, geralmente esses ativos são recomendados para a diversificação da carteira. O economista Felipe Medeiros, um dos fundadores da Mais Retorno, complementa: como as taxas são estabelecidas logo na contratação, o investidor tem a garantia que sua aplicação terá ganhos e estará imune a imprevistos, o que é valioso em tempos de turbulências na economia.
“Um ponto forte é a previsibilidade do retorno de seu investimento, com certeza de que o dinheiro vai se valorizar”, afirma Medeiros.
As letras de crédito são emitidas por bancos e instituições financeiras. Quando se investe em alguma delas, se está emprestando para esses bancos. Então, eles vão utilizar a quantia para financiar os setores correspondentes e, depois, devolver o dinheiro com juros. Em geral, LCIs e LCAs demandam do investidor um valor inicial um pouco maior do que outras opções – como o Tesouro Direto e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Por outro lado, costumam ter taxas de rentabilidade muito próximas do CDI, que é o benchmark da renda fixa.
A principal vantagem de ambos os papéis é que são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, uma vantagem em relação aos CDBs ou fundos de renda fixa. As letras de crédito têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$ 250 mil do dinheiro aplicado por investidor e por instituição, com um limite de R$1 milhão para cada investidor.
Por outro lado, como normalmente apresentam bons rendimentos, a liquidez não é um forte das Letras. Em geral, o dinheiro só pode ser resgatado na data de vencimento. Se for preciso retirar antes, o investidor perde os juros. Isso faz com que se tenha de esperar um período caso precise sacar o dinheiro aplicado – conforme a Anbima, no LCI e LCA parte de 90 dias