Os fundos de previdência que aplicam em ações têm sido os mais rentáveis para quem poupa para a aposentadoria nos últimos cinco anos. Conforme um levantamento realizado pela Economatica e recém apresentado ao mercado, em meia década, os fundos classificados como Previdência Ações na Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) se valorizaram 45,4% em termos reais (descontada a inflação), os mais altos entre todos grupos.
Isso significa que as gestoras de previdência complementar optam por aplicar o dinheiro dos clientes em fundos de ações tendem a apresentar melhor resultado na formação de uma reserva para a aposentadoria. Considerados mais conservadores e buscados por muitos investidores quando pensam no longo prazo, os fundos multimercados se valorizaram apenas 27,33% no período, enquanto os de Renda Fixa, também amplamente buscados para este momento, subiram 22,16% desde 2014.
“Em cinco anos até 30 de junho, os fundos de previdência de ações têm mediana da rentabilidade nominal de 91,6%, batendo o Ibovespa em 1,68 ponto percentual, já que no mesmo período o índice da Bolsa se valorizou 89,9%”, compara Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional da Economatica.
O levantamento realizado pela Economatica mostra um aumento exponencial na quantidade de gestoras e fundos nos últimos anos. O patrimônio da indústria no ano de 2007 era de R$ 94 bilhões, distribuídos por 45 gestoras. Em junho de 2019, o patrimônio havia saltado para R$ 852 bilhões, administrados por 124 gestoras. Ao longo desses 12 anos de comparação, a quantidade de fundos de previdência geridos pelas gestoras brasileiras passou de 392 para 1.786.
Como escolher os melhores fundos de previdência
Com o avanço da Reforma da Previdência no Congresso, os brasileiros dão sinais de estarem buscando cada vez mais os fundos previdenciários. De acordo com a Anbima, até maio a categoria era a segunda que apresentava maior captação líquida no Brasil, atrás apenas dos fundos de ações. Os fundos de previdência captaram em termos líquidos R$ 10,7 bilhões, alta de 14,6% sobre os primeiros cinco meses de 2018.
Mas é preciso ter muita atenção antes de escolher qual fundo previdenciário colocar seu dinheiro pensando no longo prazo. Apesar do rendimento recente dos fundos de ações, sempre há risco que eles fechem determinado ano abaixo da inflação. Além disso, muitos dos fundos mais rentáveis costumam estar disponíveis apenas para investidores mais endinheirados, com mais de R$ 80 mil para investir.
Conforme Geraldo Magela, sócio-diretor da Prevue , consultoria especializada neste tipo de aplicação, é preciso estar atento às taxas de carregamento e administração dos fundos, que podem corroer os ganhos. “Os carregamentos somados podem chegar a 10% dos aportes. Por isso é fundamental observar essa condição no momento da contratação”, afirma Magela.
Dados da Prevue mostram que há diferenças importantes nas taxas de administração. Para os fundos iniciados em 1998, a Taxa de Administração média é de 2,21% ao ano. Já nos fundos criados em 2017, a Taxa de Administração média é de 0,84% a.a. “Estar na melhor seguradora não é necessariamente sinônimo de ter o melhor fundo, pois a rentabilidade pode variar dentro da própria seguradora. Como em qualquer mercado, há excelentes produtos para contratação e também outros ruins”, diz o executivo da consultoria.
Os fundos de previdência que mais se valorizaram nos últimos cinco anos
Tipo | Retorno ajustado IPCA (%) | Prêmio em relação ao CDI (%) |
Previdência Ações | 45,44 | 142,44 |
Previdência Data-Alvo | 29,10 | 108,74 |
Previdência Multimercados | 27,33 | 105,31 |
Previdência Balanceado (acima de 30) | 26,31 | 103,22 |
Previdência Renda Fixa | 22,16 | 94,72 |
Previdência Balanceados de 15 a 30 | 21,02 | 92,38 |
Previdência Balanceados até 15 | 19,94 | 90,17 |
Fonte: Economatica, considerando a mediana por classe até 30 de junho