CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
O temor dos atuais eventos tem se pautado no mais estrito significado da palavra ‘ignorância’, ou seja, a falta de conhecimento sobre determinado assunto ou evento.
Eis que os agentes de mercado se vêm diante de um evento de baixíssima previsibilidade, dependendo de dados enviados pela China e sem grandes alternativas de portos seguros, em meio a um mundo com taxas de juros negativas.
A pretensa reação dos mercados é a prova disso, pois na ausência de um informacional mais preciso; as bolsas de valores continuam a ser a peça de resistência ou mesmo um pseudo-porto seguro, num cenário de total incerteza.
Esta opção sequer chega a ser novidade, ao considerarmos os valores de mercado de diversas empresas listadas em bolsa de valores e seus mais recentes balanços. Daí entende-se que há uma defesa nítida do Bull Market, independente das enormes externalidades.
Nisso, trava-se uma batalha entre os arautos da boa vontade, onde tudo pode se resolver quase que magicamente e os profetas do caos, onde o fim do mundo está logo ali na esquina. A verdade é que todos têm medo de dizer a verdade inexorável: ninguém sabe o que vai acontecer, para o bem ou para o mal.
O informacional disponível é falho, principalmente por se tratar de China; se os dados forem corretos, a taxa de mortes e de infecções ainda é inferior ao surto de H1N1 que atingiu os EUA no inverno de 2017-2018, com 48,8 milhões de infecções, 959.000 hospitalizações e 79.400 mortes; e aparentemente, ainda que sem vacina, taxa de cura aparenta ser alta, ainda que a vacina não exista.
A sensibilidade do atual momento é combinada por uma questão macroeconômica importante, pois o fim do conflito comercial EUA-China abria a perspectiva de que a tal recessão perderia ímpeto nos próximos anos e um cenário positivo se avizinhava.
Com o vírus, as fábricas paradas; os possíveis problemas da cadeia de suprimentos e até inflação; recessão na Europa; e perspectiva mais fraca de recuperação de emergentes; tudo entra na seara das incertezas e baixa previsibilidade.
E como disse Sócrates: “ipse se nihil scire id unum sciat“.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com as incertezas sobre a vacina do COVID-19.
Na Ásia, dia negativo, com o vírus avançando na Europa.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos a partir dos 5 anos de vencimento.
Entre as commodities metálicas, quedas, com destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com temores dos impactos econômicos do Coronavírus.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -7,07%.