A Cosan reportou seus resultados referentes ao 4º trimestre de 2019 acima do esperado, e ao exercício de 2019. Conforme destacado pela companhia, em 2019 foram criadas as condições para uma retomada do crescimento da economia. As operações registraram melhora gradual da demanda por combustíveis e melhores preços do açúcar e etanol, junto com a retomada da estabilidade regulatória no segmento de gás natural e expansão das operações de lubrificantes.

A Cosan disponibilizou o guidance para 2020 com destaque para o EBITDA consolidado proforma entre R$ 5,9 bilhões e R$ 6,4 bilhões e que se compara a R$ 5,625 bilhões de 2019.

Nesse contexto a companhia apresentou expansão nas principais linhas do consolidado em 2019. Ao preço de R$ 82,70/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 32,6 bilhões suas ações registram alta de 18,9% este ano. Os múltiplos para 2020 são: P/L de 16,3x e VE/EBITDA de 6,4x.

Destaques do trimestre e do ano de 2019

Cosan S.A.

Em base consolidada “proforma” a receita líquida da companhia no 4T19 cresceu 13% (em 12m) para R$ 19,4 bilhões. O EBITDA ajustado proforma alcançou R$ 1,4 bilhão (-7%) no trimestre, suportado principalmente pela expansão dos resultados da Comgás, Raízen Combustíveis e da Moove.

O lucro líquido somou R$ 793 milhões, com queda de 40% e em base ajustada totalizou R$ 392 milhões e redução de 46% ante o 4T18. A geração de caixa operacional expandiu para R$ 2,4 bilhão e a alavancagem proforma; normalizada pela Conta Corrente Regulatória da Comgás e pelos efeitos de arrendamentos (IFRS 16) encerrou o 4T19 em 2,0x (ante 2,1x do 4T18) para uma dívida líquida de R$ 13,2 bilhões.

No acumulado de 2019 o lucro líquido ajustado cresceu 23% para R$ 1,6 bilhão; refletindo a alta de 22% da Receita Líquida para R$ 73,0 bilhões e o incremento de 12% no EBITDA ajustado para R$ 5,6 bilhões. Os investimentos foram de R$ 802 milhões no 4T19 acumulando R$ 3,1 bilhões em 2019.

Na Raízen Combustíveis Brasil o EBITDA ajustado do 4T19 foi de R$ 951 milhões (+16%) encerrando o ano em R$ 2,9 bilhões e incremento de 4%. Segundo a companhia, “o segundo semestre do ano foi marcado pela melhora sequencial da demanda por combustíveis no país. O volume total das vendas foi 5% superior ao 4T18, destaque para o aumento das vendas no ciclo otto, em especial de gasolina, que reverteu a contração dos últimos trimestres. No ano, a expansão das vendas de Diesel e Etanol contribuíram para o crescimento de 6% do volume total. A estratégia de suprimentos e comercialização contribuiu para a melhor rentabilidade no trimestre, com foco contínuo no relacionamento de longo prazo com clientes”.

Na Raízen Combustíveis Argentina, o EBITDA ajustado do 4T19 foi de US$ 80 milhões (R$ 331 milhões)

Mesmo com o cenário econômico ainda pressionado, o volume total de vendas permaneceu em linha com 4T18, evidenciando certa resiliência na demanda. Os efeitos do descongelamento gradual e ordenado dos preços de combustíveis na Argentina contribuíram para recuperação de parte das perdas com inventário reconhecidas no 3T19. No trimestre, foram processados 79 mil barris/dia (fator de utilização da refinaria de 81%). No primeiro ano completo de operação na Argentina, a Raízen atingiu um EBITDA ajustado de US$ 195 milhões (R$ 769 milhões).

Na Raízen Energia o EBITDA ajustado do período caiu 25% para R$ 628 milhões, refletindo principalmente a estratégia de vendas com maior concentração no último trimestre da safra

O aumento do volume vendido e do preço de açúcar comercializado no 4T19 quando comparado ao 4T18, foram compensados pelo menor volume de venda de etanol próprios e maiores custos, afetados em grande parte pelo maior CONSECANA no período. No trimestre foram processadas 12 milhões de toneladas de cana, encerrando a moagem da safra em linha com a safra anterior (60 milhões de toneladas), com melhora de 5% da produtividade agrícola, que atingiu 9,6 kg ATR/ha.

Na Comgás o EBITDA normalizado ajustado do 4T19 alcançou R$ 507 milhões (+9%), acumulando em 2019 um EBITDA normalizado ajustado de R$ 2,2 bilhões (+16%)

O menor volume vendido no trimestre, afetado pela desaceleração sazonal da demanda no segmento industrial, foi compensando pela correção da inflação nas margens e melhor mix de vendas. No ano, o volume de vendas foi negativamente impactado pela menor demanda de alguns segmentos da indústria; parcialmente compensando pela expansão no segmento residencial e comercial, reflexo das novas conexões no período. Nos últimos 12 meses, foram conectados 103 mil novas residências e 980 clientes comerciais.

A Moove registrou um EBITDA ajustado pela venda de participação em ativo, de R$ 83 milhões (+37%) no trimestre

Esse resultado refletiu o melhor desempenho operacional em todos os mercados de atuação, compensado por uma concentração de despesas comerciais no período. No ano, o EBITDA ajustado atingiu R$ 321 milhões (+36%) com expansão de 15% dos volumes vendidos.

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