Ontem, a Bovespa foi na contramão do mercado americano, com S&P e Nasdaq com novos recordes de pontuação e perdeu 1,05%, com índice em 112.570 pontos, por conta da aversão ao risco com coronavírus e queda de commodities no exterior (petróleo e minério). O dólar fechou praticamente estável, mas em um novo recorde desde o Plano Real.
Hoje, mercados da Ásia com boas altas (exceção para Tóquio com -0,60%), Europa com boa alta e acelerando em relação ao início do dia e futuros do mercado americano com novas altas. Aqui, precisamos mirar em patamar próximo de 115.600 pontos para o quadro desanuviar nos próximos dias. O ingresso de recursos de estrangeiros em 06/0 pode ser sinal positivo.
As estatísticas do coronavírus indica 42.638 infectados na China com mais de 1.000 mortes. Na China, as empresas reabriram, mas houve muitas faltas de trabalhadores temerosos de contágio. O governo pede para a indústria retomar a produção. No Reino Unido, o PIB do quarto trimestre ficou estável e a taxa anualizada foi de +1,1%, de previsão de +0,9%. Lá, a produção industrial de dezembro cresceu 0,1%, de previsão de +0,7%.
Já Donald Trump em campanha, disse que os mercados em recordes mostram a economia forte e promete fazer novos acordos comerciais nunca antes vistos. Também anotamos que o índice STOXX-600 bateu novo recorde de pontuação nessa manhã. Na sequência dos mercados no exterior, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,37%, com o barril cotado a US$ 50,25. O euro era transacionado em alta para US$ 1,09 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em alta para 1,59%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas majoritariamente com altas na Bolsa de Chicago.
Aqui, a ata da última reunião do Copom veio em sintonia com o comunicado, repetindo que vê como adequado interromper a flexibilização e esperar novos dados. Reforçou que é essencial perseverar reformas para consolidar juros baixos e que a situação prescreve política estimulativa. Dessa feita, abordou possíveis impactos do coronavírus sobre a economia global, falou da larga ociosidade e como isso pode deixar a inflação baixa, mas citou alguns riscos de alta da inflação no futuro.
A FGV anunciou a primeira prévia do IGP-M de fevereiro com inflação estável (anterior em +0,67%), acumulando no ano, inflação de 0,47% e em 12 meses de 6,86%. O IPC da Fipe da primeira quadrissemana de fevereiro mostrou inflação de 0,19%. O banco Itaú mostrou lucro no quarto trimestre de R$ 7,3 bilhões e acumulou em 2019 R$ 28,4 bilhões.
A Petrobras anotou que a produção foi marco histórico em 2019 e no quarto trimestre produziu 3,02 milhões de barris de óleo equivalente. No mercado, a expectativa é de Bovespa em alta seguindo exterior, dólar mais fraco e possíveis realizações curtas e juros em queda.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado