A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou que o Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 2,1 pontos em janeiro, para 94,2 pontos, atingindo maior nível desde maio de 2014 (94,6). Pela oitava vez consecutiva, o índice regista alta em médias móveis trimestrais, passando de 89,9 pontos em dezembro de 2019 para 91,9 pontos.

‘O primeiro mês do ano sinaliza o que deve ser a dinâmica dominante ao longo de 2020: o aumento do protagonismo do segmento de edificações, resultante da melhora do mercado imobiliário residencial no ano passado. As pesquisas realizadas em 2019 mostraram alta dos lançamentos e vendas, que começam a se traduzir em obras e, portanto, a impactar os indicadores de atividade setorial. A sondagem captou essa percepção mais favorável em relação à atividade recente. Ainda há um longo percurso para recuperar o patamar de atividade anterior à crise, mas as expectativas já mostram empresas otimistas com as tendências dos negócios nos próximos meses’, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

Neste mês, a alta do ICST decorre da melhora da percepção dos empresários tanto em relação à situação atual quanto às expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pela oitava vez, indo de 82,6 pontos para 84,3 pontos. A maior contribuição para o resultado do ISA-CST veio do crescimento de 2,2 pontos do indicador de carteira de contratos, que passou para 82,2 pontos, o maior valor desde janeiro de 2015 (85,3 pontos).

Já o Índice de Expectativas (IE-CST) alcançou 104,2 pontos, o maior valor desde setembro de 2012 (104,5 pontos). Dos quesitos que compõem esse índice, o indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,6 pontos, para 105,2 pontos, o maior nível desde março de 2012 (106,5 pontos). Por sua vez, o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 2,2 pontos, para 103,2 pontos, o mesmo valor de março de 2013.

Apesar da recuperação do setor, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) cedeu 1,0 ponto percentual, para 70,9%, influenciado pela queda na mesma magnitude do NUCI de Mão de Obra. Em relação ao NUCI para Máquinas e Equipamentos, a variação foi positiva em 0,5 ponto percentual.

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Limitações à melhoria dos negócios

A sondagem aponta a percepção empresarial sobre os fatores limitativos à melhoria dos negócios. A despeito da melhora da atividade, nota-se que demanda ainda é o principal problema setorial. Por outro lado, a falta de mão de obra qualificada tem poucas assinalações. ‘À medida que o ciclo produtivo avance e as empresas comecem a contratar mais, essa questão deve assumir maior importância’, observa Ana Castelo.

(MR – Agência Enfoque)

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