lançamento da Libra, nova criptomoeda do Facebook, no dia 18 de junho, tem ajudado a empurrar para cima o valor de outras criptomoedas, em particular a mais famosa delas: o Bitcoin.

Desde o início de maio, quando começaram a vazar informações sobre a novidade do Facebook, o valor do Bitcoin saltou de US$ 5,3 mil para US$ 10,2 mil. No dia do lançamento, a cotação já estava em US$ 9,2 mil e chegou ao pico de US$13,8 mil no dia 26 de junho – alta de 230% desde o começo do ano. Em 02/07/19, caía para US$ 10,5 mil.

Especialistas avaliam que a chegada da Libra, endossada por operadoras de cartão como Mastercard e Visa, e que serão aceitas também por Uber, Spotfy e outras empresas com foco em negócios digitais, sugere que o mercado financeiro tem enxergado valor nas moedas virtuais. Com isso, transações comerciais têm tudo para se acelerar e gerar mais procura pela moeda nos próximos meses

“Novos meios de pagamento têm sido aceitos com muito menos resistência, e, por conta de sua tecnologia e segurança, o Bitcoin tem condições de assumir, um dia, o posto de meio de pagamento mais utilizado pela população”,

avalia Adriano Gomes, economista e supervisor de marketing do Grupo Bitcoin Banco.

Conforme projeção divulgada pela Bolsa de Moedas Virtuais Empresariais de São Paulo (Bomesp), até o ano que vem, com o início da operação da Libra, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, incluindo cerca de 130 milhões de brasileiros, vão ingressar no mundo do dinheiro digital. “É um avanço gigantesco para uma economia distributiva no cenário atual”, explica o diretor da Bomesp, Fernando Barrueco.

Segundo Barrueco, ao oferecer um meio de pagamento inclusivo, que incorpora os desbancarizados e elimina intermediários para operações financeiras, sem oscilações bruscas em seu sistema, a iniciativa do Facebook tende a encorajar outras empresas a investirem em suas próprias criptomoedas. “Vamos ver mesmo empresas bastante conservadoras passando a entender o blockchain como uma tecnologia segura”, projeta o especialista

Este pode ser um empurrão para a difusão do uso de moedas como o Bitcoin, pois seria a segurança que faltava para empresários que se afastaram das criptomoedas pelo receio da volatilidade no passado recente. “Mas todos vão fazê-lo de forma mais madura e consciente, agora com mais conhecimento”, afirma Barrueco.

Entenda a Libra, nova criptomoeda do Facebook

A proposta do Facebook foi apresentada como “uma moeda global simples” em uma “estrutura financeira que empodera bilhões de pessoas”. Para isso, contará com wallet própria, a Calibra, levando tecnologia blockchain para dentro do Whatsapp, do Messenger e de um aplicativo exclusivo em parceria com um grupo de gigantes como Paypal, MasterdCard, Visa, Uber entre outras. Em uma rede organizada através da Libra Association, sem fins lucrativos, terá lastro de US$ 1 bilhão com moedas fiduciárias, como dólar, evitando, com isso, oscilações bruscas.

 

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