Em dezembro de 2019, o déficit em transações correntes totalizou US$5,7 bilhões, ante déficit de US$6,1 bilhões no mesmo mês de 2018, segundo dados do Banco Central (BC). A variação no déficit decorreu de redução de US$2,0 bilhões em despesas líquidas de renda primária, parcialmente compensadas pela retração de US$1,2 bilhão no saldo da balança comercial. Em 2019, o déficit em transações correntes somou US$50,8 bilhões (2,76% do PIB), superior ao déficit do ano anterior, US$41,5 bilhões (2,20% do PIB).

As exportações de bens totalizaram US$18,2 bilhões em dezembro de 2019, recuo de 6,0% em relação ao mesmo período de 2018. Na mesma base de comparação, as importações de bens aumentaram 0,3%, para US$13,4 bilhões. No mês, não houve operações relativas ao Repetro. Na comparação com o ano anterior, o superávit comercial reduziu de US$53,0 bilhões para US$39,4 bilhões em 2019, repercutindo retrações de 6,3% nas exportações e de 0,8% nas importações. No ano, as importações líquidas no âmbito do Repetro foram estimadas em US$1,6 bilhão.

O déficit na conta de serviços atingiu US$3,5 bilhões no mês, 2,7% superior ao resultado de dezembro de 2018, US$3,4 bilhões. Em 2019, o déficit em serviços situou-se em US$35,1 bilhões, 1,7% inferior ao déficit de US$35,7 bilhões registrado em 2018, com redução nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos (US$1,3 bilhão; 8,2%) e de viagens (US$664 milhões; 5,4%). Por outro lado, observou-se aumento nas despesas líquidas de telecomunicações, computação e informações (US$802 milhões; 36,9%) e de serviços de propriedade intelectual (US$405 milhões; 9,4%).

Em dezembro de 2019, o déficit em renda primária reduziu 23,2% na comparação com dezembro de 2018, somando US$6,7 bilhões. Os gastos líquidos com juros somaram US$3,2 bilhões no mês, aumento de 20,3% na comparação interanual, com redução de receitas e expansão de despesas. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$3,5 bilhões, retração de 42,4% ante dezembro de 2018, com aumento de receita e recuo de despesas. No ano, o déficit em renda primária recuou 4,8%, para US$56,0 bilhões, resultado do aumento de 11,2% das despesas líquidas de juros, para US$25,1 bilhões, em oposição à redução de 14,8% do déficit em lucros e dividendos, para US$31,1 bilhões.

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$9,4 bilhões no mês, composto por ingressos líquidos de US$1,6 bilhão em participação no capital e de US$7,8 bilhões em operações intercompanhia. Em 2019, os ingressos líquidos de IDP somaram US$78,6 bilhões, correspondendo a 4,27% do PIB, patamar próximo aos US$78,2 bilhões registrados no ano de 2018, equivalente a 4,15% do PIB.

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Em dezembro, houve saídas líquidas de US$4,6 bilhões em instrumentos de portfólio negociados no mercado doméstico, com saídas líquidas de US$1,1 bilhão em ações e fundos de investimento, e de US$3,5 bilhões em títulos de dívida. No ano, ocorreram saídas líquidas de US$7,6 bilhões em instrumentos negociados no mercado doméstico, compostas por saídas líquidas de US$3,6 bilhões em ações e fundos de investimento, e de US$4,0 bilhões em títulos de dívida.

Reservas internacionais

O estoque de reservas internacionais atingiu US$356,9 bilhões em dezembro de 2019. A redução de US$9,5 bilhões nesse estoque, relativamente à posição de novembro, decorreu principalmente da liquidação de US$9,6 bilhões de vendas no mercado à vista e da concessão de US$1,8 bilhão em operações de linha com recompra. As variações por paridades e por preços contribuíram para elevar o estoque de reservas em US$1,1 bilhão, enquanto a receita de juros adicionou US$589 milhões ao estoque.

No ano, houve redução de US$17,8 bilhões no estoque de reservas internacionais, em função das vendas no mercado à vista, US$36,9 bilhões. Os principais fatores que atuaram em sentido contrário, contribuindo para a elevação das reservas, foram as receitas com juros, US$7,5 bilhões; as variações por preço, US$9,1 bilhões; e o retorno líquido de linhas com recompra, US$2,3 bilhões.

(MR – Agência Enfoque)

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