Os provedores brasileiros de serviços se beneficiaram de um crescimento acentuado e acelerado na entrada de novos trabalhos no final do ano, o que resultou num crescimento sustentado no volume de produção e no nível de empregos, segundo dados do Markit Economics. Porém, o aumento na atividade de negócios permaneceu modesto. Os dados da pesquisa indicaram que os mercados internacionais contribuíram para o crescimento da demanda, de um modo geral, com as vendas para exportação aumentando pela terceira vez apenas em 2019. Analisando as expectativas para o futuro, o grau de sentimento positivo se fortaleceu e atingiu um recorde de alta de cinco meses.

O Índice de Atividade de Negócios do setor de serviços, IHS Markit para o Brasil, sazonalmente ajustado, registrou 51,0 em dezembro, um valor quase inalterado em relação à leitura de 50,9 observada em novembro e indicando um crescimento marginal no volume de produção que ficou, de um modo geral, em sintonia com a média para 2019. Quatro dos cinco subsetores monitorados registraram um crescimento, a exceção sendo o de Serviços Imobiliários e Empresariais, onde foi observada uma estabilização.

As empresas que relataram um crescimento da atividade de negócios citaram o fortalecimento das condições de demanda. De fato, as vendas aumentaram pelo sexto mês consecutivo e pelo segundo ritmo mais rápido neste período (atrás da de outubro). Além disso, a taxa de expansão ultrapassou a sua média de longo prazo.

O crescimento no total de novos trabalhos foi sustentado por uma demanda mais elevada por parte de clientes internacionais, como indicado por um aumento renovado nas exportações de serviços. A recuperação foi a terceira em 2019, mas modesta no geral.

Algumas empresas de serviços contrataram funcionários adicionais em resposta ao crescimento das cargas de trabalho, o que contribuiu para uma quinta expansão sucessiva nos níveis de empregos. Contudo, o ritmo de crescimento foi marginal e o mais fraco ao longo desta sequência. O crescimento foi contido pelo corte de empregos em empresas que procuraram reduzir os custos operacionais.

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Em meio a relatos de preços mais elevados pagos por alimentos, gasolina e serviços públicos, as cargas de custo médio cresceram novamente no final de 2019. Além disso, a taxa de inflação foi, de um modo geral, acentuada e a mais forte em mais de um ano. As taxas de aumento foram mais acentuadas nas categorias de Transporte e Armazenamento e de Serviços ao Consumidor.

Em resposta ao aumento das cargas de custos, as empresas brasileiras de serviços aumentaram seus preços de venda novamente em dezembro. A taxa de inflação de preços cobrados foi sólida e também se intensificou em comparação com novembro.

As empresas preveem um crescimento da produção em 2020, com o grau de otimismo sendo suportado pela oferta de novos serviços e por políticas públicas de apoio. Algumas empresas também preveem condições econômicas melhores, incluindo uma tendência de melhoria para as contratações. O nível geral de sentimento positivo aumentou atingindo o seu ponto mais alto desde julho.

Por fim, os dados da pesquisa PMI destacaram uma capacidade ociosa persistente entre as empresas de serviços, já que os negócios pendentes diminuíram pelo quinquagésimo terceiro mês consecutivo. A taxa de redução de pedidos em atraso foi sólida, apesar de ter se atenuado em comparação com meados do trimestre.

(MR – Agência Enfoque)

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