Ontem, citávamos que os investidores no mundo não tinham dado trela para indicadores da atividade industrial mais fraco em diferentes países e para as tensões ocorridas no Oriente Médio na virada do ano. Hoje, o mundo foi surpreendido por um ataque americano ao Iraque, culminando com a morte do importante general Qasem Soleimani, bem próximo do líder Ali Khamenei. O ataque foi autorizado pelo presidente Donald Trump.

O Irã promete retaliar severamente e fala em vingança, e o fechamento do Estreito de Ormuz pode ser problema para o trânsito do petróleo da região. O preço do barril no mercado internacional subiu mais de 4% durante a madrugada e temos o dia com instabilidade entre as principais moedas. As principais Bolsas do mundo começando o dia com quedas, em pregões de alta tensão, depois dos recordes obtidos ontem, inclusive na Bovespa que fechou na máxima, com alta de 2,53% e índice em 118 573 pontos.

A embaixada dos EUA em Bagdá pediu que os americanos deixem o Iraque imediatamente, ao mesmo tempo, em que os investidores buscam nessa manhã a proteção em treasuries americanos e bônus europeus. Na China, o corte de compulsório anunciado pelo PBOC (Banco Central Chinês) para começar em 06/1, só terá efeito se for repassado aos clientes. Enquanto isso, cálculos já feitos estimam que o conflito no Oriente Médio poderia retirar 0,3% do PIB global. A China, Rússia e França alertam para o nível de tensão ampliada.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 4,41%, com o barril cotado a US$ 63,88%. O euro era transacionado em queda para US$ 1,113 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em forte queda para 1,81%. O ouro e a prata tinham fortes altas na Comex e commodities agrícolas com viés negativo na Bolsa de Chicago.

Aqui o presidente Bolsonaro em sua “live” de todas as quintas-feiras disse que acha difícil implementar o juiz de garantias e que existe uma lei que criou o Fundão de R$ 2 bilhões e fica complicado vetar. Chegou a citar a possibilidade do processo de impeachment por conta disso. Já a Caixa Econômica, anunciou que em março terá nova linha de crédito imobiliário com juros prefixados para prazos longos de financiamento de 30/35 anos.

No mercado local, a expectativa é de Bovespa realizando lucros recentes, mas a tendência segue positiva caso o problema geopolítico não se agrave ainda mais. O dólar pode subir e os juros devem ficar fracos também com proteção dos investidores.

A agenda local é fraca e com recesso do Judiciário e Legislativo, nada de mais importante deve acontecer. Nos EUA, temos indicadores importantes como os gastos com construção (investimentos) de novembro, indicadores de atividade ISM e discurso de quatro dirigentes regionais do FED. Teremos também a ata da última reunião do FOMC do FED logo no início da tarde.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais

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