Confira quais são os 6 (seis) motivos para se pensar que 2020 poderá ser um bom ano para a economia brasileira, segundo a equipe de analistas da corretora Elite.
O ano terminou de maneira otimista para o mercado. 2019 poderá ser considerado, daqui a algum tempo, como um divisor de águas entre a forte recessão que atingiu o país a partir de 2015, com dois anos de forte queda do PIB (-3,55 % em 2015 e -3,31 % em 2016) e lenta recuperação a partir de 2017. A Reforma da Previdência, finalmente votada e aprovada neste ano, teve papel fundamental para a melhora do humor dos investidores para com o país.
Veja os motivos…
Selic na mínima histórica
A taxa básica de juros terminou 2019 em 4,5 % ao ano (contra 14,25 % em julho de 2015), no menor nível desde quando foi criada em 1996. Apesar do susto do preço da carne no final do ano passado, a inflação permaneceu controlada e abaixo da meta do Banco Central (O IPCA-15 fechou 2019 em 3,91% contra meta de 4,25 %).
Mesmo com o possível fim do afrouxamento monetário em 2019, as taxas de juros atuais encontram-se abaixo do seu nível estrutural neutro. As baixas taxas de juros diminuem os custos financeiros das empresas e políticas monetárias expansionistas tendem a estimulam o consumo
Desemprego ainda alto porém mercado de trabalho mostra recuperação
O mercado de trabalho brasileiro criou 99.232 empregos com carteira assinada em novembro, segundo o Caged. No acumulado de janeiro a novembro de 2019, o saldo do Caged foi positivo em 948.344 vagas, o melhor desempenho para o período desde 2013.
Segundo os números do da Pnad, do trimestre encerrado em agosto para o trimestre setembro-outubro-novembro, a taxa de desemprego caiu de 11,8% para 11,2%. Ainda assim, 11,9 milhões de pessoas continuam sem ocupação. Há um ano, a taxa era de 11,6%.
Melhora da confiança nos fundamentos da economia brasileira
A agência de classificação de risco Standard&Poor’s (S&P) revisou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva. O rating brasileiro permanece em BB-. A agência justificou a decisão de melhorar a perspectiva brasileira diante da aprovação da reforma da Previdência, da expectativa do avanço de outras medidas fiscais e de um crescimento mais acelerado, o que pode “melhorar a posição fiscal do Brasil no médio prazo.”
O risco-país medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos atingiu o menor nível em nove anos em Dezembro e ficou abaixo dos 100 pontos.
Crescimento sustentável do PIB
O PIB cresceu 0,6% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Em relação ao terceiro trimestre de 2018, o PIB subiu 1,2%. Além de ter crescido acima das previsões dos analistas, o crescimento do PIB mostrou melhor qualidade.
Ao invés de ser insuflado por medidas governamentais pontuais para tentar melhorar o desempenho da economia, desta vez o crescimento foi sustentado pela melhora da confiança das famílias em consumir e pelos investimentos do setor de construção, sinais saudáveis de que este crescimento, apesar de pequeno, não é artificial. Inclusive, a queda dos gastos do governo mostra seu compromisso com o ajuste das contas públicas.
O crescimento de 4,2 % das vendas do varejo na comparação anual em outubro de 2019 também corroboram com o cenário de recuperação econômica.
Dólar comportado
A queda da taxa de juros no Brasil diminuiu a atratividade do investidor estrangeiro de realizar operações de “carry trade”, que se aproveitava da grande diferença entre a taxa Selic e as taxas de juros internacionais. Sem este atrativo, aumentou o fluxo de saída do capital estrangeiro no país, o que pressionou a cotação do dólar em Novembro.
Mesmo assim, não houve escassez de moeda americana no mercado e as grandes reservas internacionais do país são um grande colchão de tranquilidade para momentos de turbulências. Tanto que, no fim do ano com a demanda maior de moeda estrangeira no país, o dólar, depois dos recordes de alta no penúltimo mês do ano, operou com viés de baixa em Dezembro, depois dos dados positivos recentes da economia brasileira, o que diminuiu a possibilidade de pressão da desvalorização do real na inflação. Na verdade é bastante difícil prever a taxa de câmbio no futuro, porém o mercado continua na expectativa de um comportamento benigno para a moeda americana, mas agora perto dos R$ 4,00, e não mais no patamar anterior de R$ 3,80 .
Mas não se deve esquecer que o câmbio no Brasil é flutuante e, portanto, demandas específicas ou o excesso de liquidez podem fazer o dólar ter repiques de alta ou baixa. E a situação internacional também poderá influenciar para cima ou para baixo a cotação da moeda americana.
Ibovespa atinge marca histórica de 100 mil pontos, bate recordes e tem perspectivas positivas para 2020
Neste ambiente de melhora de perspectiva para a economia brasileira, aprovação da reforma da previdência e juros mínimos históricos, o Ibovespa finalmente superou a marca dos 100 mil pontos em 2019, chegando a atingir mais de 117 mil pontos em Dezembro. Parte do mercado prevê que o ciclo de alta da bolsa brasileira ainda está no início, prevendo que ao final de 2020 o Ibovespa poderá atingir entre 125 mil a 150 mil pontos, o que representaria uma alta próxima de 30 % em 2020.
É importante lembrar que o desempenho do Ibovespa em 2019 se deu pelo suporte do investidor local, sem a força compradora dos investidores estrangeiros. Pelo contrário, a saída de capital estrangeiro no mercado à vista de ações atingiu recorde em 2019. Com a volta da confiança do investidor estrangeiro, abre-se ainda mais espaço para que este novo patamar histórico seja alcançado em 2020.
As empresas brasileiras, que se adaptaram para sobreviver aos momentos da forte crise dos últimos anos, estão preparadas e enxutas para colher a melhora do desempenho da economia esperado em 2020. Aliado a isso, custos financeiros menores das companhias e estímulos ao consumo das baixas taxas de juros, é de se esperar que os lucros das empresas negociadas na B3 cresçam em 2020. No mercado, há analistas que esperam entre 17 % e 22 % de aumento nos lucros.
Por: Corretora Elite