O novo ano já está começando com o pé direito e aproveitamos para reforçar votos de muito sucesso e paz para todos os nossos amigos que nos acompanham!
2020 iniciou com mercados de risco majoritariamente positivos em todo o mundo, apesar das tensões no Oriente Médio e na Coreia do Norte. No Irã, a embaixada americana em Bagdá foi invadida por manifestantes, houve confrontos e os EUA estão enviando reforço para a tropa do Oriente Médio. Trump declarou que o irá pagar preço alto pela invasão. Na Coreia do Norte, o ditador Kim Jong-Un falou em testes nucleares e armas estratégicas. Lembramos ainda que a Rússia disse que o Irã não está satisfeito com os países europeus e o trato das questões nucleares.
Mas os investidores em todo o mundo estão fixos na declaração de Donald Trump, que disse que deve assinar o acordo de comércio bilateral com a China em 15/01, e simultaneamente iniciar discussões da segunda fase do acordo. Na China, o governo cortou a taxa de reserva dos bancos em 50 pontos base já a partir de 06/01, e com isso libera cerca de US$ 115 bilhões para estimular a economia que vinha desacelerando e apontando perigosamente para crescimento na casa de 6%. Em Hong Kong, virada de ano de conflitos entre manifestantes e a polícia.
O dia está sendo de divulgação de indicadores PMI da atividade industrial em diferentes países para dezembro, que não foram tão positivos. Lembrando que indicadores acima de 50 pontos mostram expansão da atividade e abaixo desse patamar demonstra contração. Na China, o PMI Caixin mostrou queda para 51,5 pontos, no menor patamar desde setembro de 2019. Na Alemanha, o PMI industrial caiu para 43,7 pontos, mas a previsão era ainda pior em 43,4 pontos.
Na zona do euro, situação idêntica com queda para 46,3 pontos, de previsão de 45,9 pontos. No Reino Unido, queda em dezembro para 47,5 pontos.
No Japão, o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn fugiu de prisão domiciliar e entrou legalmente no Líbano, que não mantém tratado de extradição com o Japão. Falando de mercados em 31/12 tivemos pregão encurtado nos EUA (em alta) e lá foi o melhor ano para as Bolsas desde 2013. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,36%, com o Barril cotado a US$ 61,28. O euro era transacionado em leve queda para U$ 1,12 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 1,91%, depois de começar o dia em alta. O ouro e a prata mostravam altas na Comex e commodities agrícolas também em alta na Bolsa de Chicago.
Aqui a ANP (Agência Nacional do Petróleo), liberou recursos para Estados e Municípios no valor de R$ 11,7 bilhões como bônus da cessão onerosa e isso de certa forma facilita o encaminhamento do Pacto federativo. O IPC-S de dezembro foi de 0,77% (anterior em 0,49%) e com isso a inflação de 2019 por esse indicador foi de 4,11% (2018 com 4,32%). Já a B3, anunciou que terá tarifas menores para investidores com maiores volumes e haverá simplificação no mercado de balcão com unificação de tarifas.
Dos IPOs que tivemos em 2019, somente o do BMG registrou prejuízo de 16%, enquanto a Centauro teve a maior valorização com +181%. No mercado, a expectativa é de Bovespa acompanhando o exterior e começando o ano com alta, enquanto o dólar que fechou o ano cotado a R$ 4,01, abaixo das expectativas, pode ter recuperação. Os juros também podem subir um pouco.
Na agenda do dia, nenhum indicador com capacidade de mexer com os mercados, mas teremos o PMI industrial nos EUA e o saldo da balança comercial em 2019 para o Brasil.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais