A melhora de percepção sobre o desempenho do Brasil em 2020 beneficia a precificação de alta dos ativos e agrega mais interesse no desempenho da Bovespa. Antes disso, na sessão de ontem a Bovespa foi firmando tendência de alta no correr do dia e terminou com alta de 0,64% e índice em 112.615 pontos. Foi auxiliada por alta modesta do mercado americano.
Aqui, Rodrigo Maia (presidente da Câmara), reduziu as chances de termos a CPMF de volta pela dificuldade de aprovação, falou sobre necessidade de dar sequência em reformas e o Congresso andou com a pauta de esforço concentrado de final de ano. Os investidores também avaliam melhor o ano de 2020, aqui e no exterior.
No exterior, mais tranquilidade com o acordo de comércio entre EUA/China, dados de conjuntura positivos da China e fraca possibilidade de recessão nos EUA. Aliás, Mnuchin (secretário do Tesouro americano), disse que a primeira fase do acordo com a China foi enorme passo na direção certa. Enquanto isso, a China se empenha para manter o crescimento do PIB na direção de +6%. O governo chinês acaba de reduzir os juros da recompra reversa de 14 dias para 2,65%, dentre outras medidas que estão sendo adotadas, junto com a abertura do mercado financeiro.
Hoje, os mercados da Ásia encerraram o dia com viés de queda, Europa operando em alta nesse início de manhã (exceto Frankfurt) e futuros do mercado americano levemente no campo positivo. Aqui, há boa possibilidade de retomarmos o patamar de 113.000 pontos e ainda existe tempo para aproximar dos 115.000 pontos, traçado como meta por nós.
No Japão, o déficit de novembro da balança comercial foi de 82,1 bilhões de ienes, com exportações em queda de 7,9% (previsão era -9,7%0 e importações encolhendo 15,7%. Na Alemanha, a inflação medida pelo PPI – atacado) ficou estável em novembro, mas na comparação anual mostra deflação de 0,7%. O índice IFO de sentimento empresarial subiu para 86,3 pontos em dezembro, de previsão de 95,6 pontos.
No Reino Unido, a inflação pelo CPI (consumidor) de novembro foi de 0,2% e na comparação anual com +1,5%. Na zona do euro, deflação no CPI de 0,3% para novembro, taxa anualizada de +1,0% e o núcleo anualizado com +1,3%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,77%, com o barril cotado a US$ 60,47. O euro era transacionado em queda para 1,114 e notes americanos de 10 ano com taxa de juros em queda para 1,87. O ouro e a prata com altas na Commex e commodities agrícolas com quedas na Bolsa de Chicago.
No cenário doméstico, o BNDES se desfaz de sua participação na Marfrig de 34% e a operação de follow on da empresa teve preço fixado em R$ 10 por ação. O IPC da Fipe da segunda quadrissemana de dezembro subiu para 1,13%, vindo de 0,80%. Já a CMO (Comissão Mista do Orçamento), aprovou parecer final do orçamento e se prepara para votar emendas e também a alteração do Fundo Eleitoral. O STF marcou data para julgar condenação de Lula pelo sítio de Atibaia, que pode ser anulada para o próximo dia 25/03/2020.
O dia promete ser de Bovespa em alta e retomando o patamar de 113.000 pontos (atenção para Petrobras e ADRs avaliados em alta para US$ 23), dólar mais forte e juros ainda em alta.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais