O dia foi de Bolsas da Ásia em alta devido ao acordo EUA/China e indicadores de conjuntura melhores na China. Europa operando com comportamento mais para o negativo e mercados americanos também indefinidos. Aqui fomos ganhando força aos poucos, depois do rescaldo do vencimento de opções ontem, e diminuição de ruídos sobre a CPMF.
Na Argentina, o novo governo de Fernandez antecipou algumas medidas de política econômica, mas sem mexer nas tarifas de serviços públicos. Impôs o imposto de 30% sobre a compra de divisas, e quer trabalhar para ajustar a economia e dar sustentabilidade para a dívida, incluindo a externa. Na nossa visão, contém poucas mudanças em relação a outras crises e medidas adotadas, e a situação é muito complicada por lá. O PIB anualizado do terceiro trimestre mostra contração de 1,7% e no terceiro trimestre houve expansão de 0,9% contra o trimestre anterior.
O dia foi marcado por posicionamento de diferentes dirigentes do FED. Kaplan, do FED de Dallas, não acredita em inflação acelerando por lá e acha possível crescer 2% em 2020. Já Rosengren do FED de Boston, enxerga a economia bem posicionada, apesar dos temores, o mercado de trabalho está forte e vê possibilidade baixa de recessão em 2020. Já Bullard, de St. Louis, prefere esperar as respostas da economia para vislumbrar a postura mais adequada para os juros.
Nos EUA, a construção de novas residências cresceu em novembro 3,2% e novas permissões também evoluíram 1,4%. Já a produção industrial de novembro expandiu 1,1%, mais que a previsão de alta de 0,8%. A abertura de postos de trabalho de outubro foi estimada em 7,2 milhões.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,18%, com o barril cotado a US$ 60,92. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,115 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em alta para 1,887%. O ouro operava em alta e a prata em queda na Commex e commodities agrícolas com comportamento misto. O minério de ferro negociado na China ficou praticamente estável, com +0,03% e com a tonelada cotada a US$ 94,07.
No segmento local, em evento com a presença de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, em sua fala, disse que todos já sabem da dificuldade de aprovar a nova CPMF, esvaziando um pouco as tensões. Disse não ser possível fugir do debate para simplificar o ICMS, que há necessidade de seguir com a reforma administrativa e iniciar conversas sobre a reforma tributária. Isso pode ter ajudado um pouco o mercado na parte da tarde. Em seguida, Rodrigo Maia abriu sessão da Câmara para votar destaques do marco regulatório do saneamento.
Analistas do Citigroup passaram a recomendar o Brasil ao invés do México dentre os países emergentes. O plenário do Senado aprovou o mérito da MP de passagem do Coaf com placar de 51×15. O CDS de cinco anos do Brasil caiu mais uma vez hoje para 94 pontos, no nível de país com grau de investimento. A ata do Copom veio um pouco mais dura que o previsto, mas ainda assim, induzem a possibilidade de pelo menos mais uma queda da Selic de 0,25% na reunião de fevereiro.
No mercado local, dia de DIs com comportamento de alta para os juros nos vencimentos mais líquidos e o dólar operando em alta de 0,06% e cotado a R$ 4,065. Na Bovespa, na sessão de 13/12, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 357,8 milhões, deixando o saldo negativo de dezembro em R$ 3,4 bilhões e o ano com saídas líquidas de R$ 42,6 bilhões.
No mercado acionário, dia de leve alta de 0,08% para a Bolsa de Londres, Paris com queda de 0,39% e Frankfurt com -0,89%. Madri registrou queda de 0,60% e Milão em alta de 0,45%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,10% e Nasdaq também com +0,10%. Na Bovespa, alta de 0,64% e índice em 112.615 pontos.
Na agenda do amanhã, teremos o IPC da Fipe da segunda quadrissemana de dezembro e a segunda prévia do IGP-M do mês. No exterior, teremos a inflação de novembro na zona do euro e nos EUA os estoques de petróleo na semana anterior e discurso do presidente do FED de Chicago, Charles Evans.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais