O CMN (Conselho Monetário Internacional) editou recentemente um decreto que busca disciplinar o uso de imóveis como garantia na obtenção de crédito imobiliário. Marcada para vigorar a partir de junho,a nova norma permite uma diversificação do uso de um imovel em diferentes operações de crédito. Analistas observam a medida como uma modernização do setor imobiliário frente a realidade do consumidor brasileiro.
Uma maior variedade de operações estão previstas com a implantação da norma. Segundo Jonata Triboli, diretor de educação imobiliária do grupo NEOBR, a possibilidade de investidores explorarem novos financiamentos é certa: “Há a possibilidade de alavancar seu patrimônio imobiliário, facilitando a expansão do portfólio de investimentos”.
Para o especialista, a medida visa otimizar o uso de ativos imobiliários e ampliar o acesso ao crédito, especialmente para pessoas físicas com imóveis residenciais. O setor encareceu 7,73% em 2024, segundo o índice FipeZap, a maior variação desde 2013.
“Todo mundo no mercado tende a ver isso com bons olhos”, reforça Paulo Castro, gestor de Real Estate da SulAmérica Investimentos. “ Acredito que quanto mais flexibilidade nas estruturas de crédito, mais o mercado ganha. Deve gerar oportunidade, mas não no curto prazo.”, completou.
Castro e Tribioli concordam com o amadurecimento do mercado e a necessidade de adequar a norma, contudo, o gestor destaca que com mais casas de investimento e a cobertura da imprensa comprovam a necessidade do legislativo de contribuir com o setor. Para o diretor, o atual contexto econômico, marcado por taxas de juros elevadas e a necessidade de estimular o mercado imobiliário, pode ter acelerado a implementação da regulamentação.
Desaceleração nas negociações
A alta dos juros promovida pelo BC (Banco Central) tem encarecido o custo de habitação e vem levando a cautela de instituições na promoção de crédito imobiliário. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança projeta uma retração de 10% no volume de financiamentos imobiliários para 2025, após dois anos de crescimento.
“Com o aumento da Selic, os financiamentos imobiliários tornam-se mais caros, reduzindo o poder de compra dos consumidores e, consequentemente, a demanda por imóveis.”, comenta Tribol. Castro concorda, mas salienta a necessidade de observar casos específicos no panorama.
“ A qualidade do produto e a disponibilidade de oferta do projeto em questão são fatores muito importantes para avaliar a quantidade de vendas de um projeto.” Ele retoma lembrando que há projetos que vão performar acima da média, e outros ainda sem alguma variação nos resultados.
Há também a diferença de público que recorre ao financiamento, muitos investidores físicos já possuem capital de reserva para compra de imóveis. Todos esses elementos precisam ser avaliados para estipular o valor agregado de um projeto, segundo o analista.
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