A Bovespa quase emplacou o quarto pregão seguido de alta e já seriam nove pregões de valorização dos últimos onze. Mas a alta da manhã foi pouco convincente, em dia de vencimento de opções para o prazo dezembro, quando o volume de exercícios atingiu R$ 12,13 bilhões. Ainda assim, mais um dia de recorde histórico de pontuação.
Depois de EUA e China terem fechado acordo de primeira fase, da divulgação de números melhores de conjuntura da China e de indicadores PMI da atividade de indústria e serviços, seria de se esperar comportamento melhor da Bovespa, principalmente com Bolsas da Europa encerrando com fortes altas e o mercado americano trabalhando também no mesmo nível.
Nos EUA, tivemos a divulgação do PMI industrial em queda para 52,5 pontos em dezembro, o PMI de serviços evoluindo para 52,2 pontos e o composto em 52,2 pontos, no maior nível em cinco meses. Já o índice de atividade industrial de NY (Empire States), subiu para 3,5 pontos em dezembro, de previsão de 3,1 pontos. O índice NAHB de confiança dos construtores, subiu para 76 pontos no patamar máximo desde 1999.
No Reino Unido, o presidente do BOE (Banco Central Inglês), declarou que a probabilidade de o Brexit ocorrer sem acordo ficou reduzido pelas eleições em que Boris Johnson foi vencedor. Mas de qualquer forma, o presidente Mark Carney, vê o sistema financeiro preparado para todas as situações de saída. O partido Conservador quer discutir e estar pronto sobre o Brexit antes do Natal.
Já o BCE (Banco Central Europeu), disse que a política monetária expansionista levou ao aumento da renda familiar, mas que a política fiscal é mais eficiente para reduzir desigualdades que a monetária. Segundo o BCE aprofundar a interação da política monetária e macroprudencial é prioridade para a instituição.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,13%, com o barril cotado a US$ 60,15 e no maior nível desde setembro. O euro era transacionado em alta para US$ 1,115 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1.887% em forte alta. O ouro em queda e a prata com alta na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago. O minério de ferro teve dia de queda na China de 0,62%, com a tonelada fechando em US$ 94,04.
Aqui os investidores tiveram ainda que avaliar a inflação repicando em alta nos diferentes indicadores mostrados. O IPC-S da segunda quadrissemana subiu para 0,87%, no maior nível desde julho de 2018, e o IGP-10 de dezembro com alta de 1,69% e atingindo no acumulado do ano, 6,39%. Bolsonaro falando sobre a CPMF declarou que todas as alternativas estão sobre a mesa. Isso ajudou a afrouxar um pouco a alta do mercado.
A pesquisa semanal Focus do Bacen veio dentro do previsto, com o IPCA de 2019 subindo para 3,86% (anterior em 3,84%), e o PIB com alta no ano para 1,12%. Já a produção industrial piorou mais um pouco, na margem para -0,71% e saldo da balança comercial de 2019 encolheu para US$ 43,00 bilhões, vindo de anterior em US$ 43,60 bilhões. Aliás, o saldo da balança comercial, acumulado até a segunda semana de dezembro, mostra superávit de US$ 43,3 bilhões.
No mercado, dia de DIs com juros em alta para os principais vencimentos e dólar em queda de 1,11% e fechando cotado a R$ 4,06. Na Bovespa, na sessão de 12/12 os investidores estrangeiros inverteram a mão e aplicaram recursos no valor de R$ 89,67 milhões, mas o saldo de dezembro está negativo em R$ 3,02 bilhões. No ano de 2019 há saída líquida de R$ 42,3 bilhões.
No mercado acionário, dia de alta das Bolsas da Europa, com Londres mostrando +2,25%, Paris com +1,23% e Frankfurt com +0,94%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,26% e 0,80%. No mercado americano, dia de alta do Dow Jones com 0,35% e Nasdaq com +0,91%. Na Bovespa, queda no final de 0,59% e índice em 111.896 pontos. Houve ajustes de posições exercidas acelerando queda no final.
Na agenda de amanhã, teremos a ata do Copom da última reunião e nos EUA a construção de novas residências e permissões de novembro, a produção industrial de novembro e discurso de dirigente do FED de Boston Rosengren.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais