A inflação nos EUA está aí para mostrar que não é só problema de emergentes ou de países subdesenvolvidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,5% em janeiro. Dessa forma, a taxa acumulada da inflação dos últimos 12 meses foi de 3%.  O dado ficou acima do esperado. A maioria dos analistas esperava avanço mensal de 0,3% e alta anual de 2,9%, segundo a imprensa dos EUA. A divulgação é do Escritório de Estatísticas do Trabalho, feita nesta manhã de quarta-feira (12).

Na análise de Andressa Durão, economista do ASA, o CPI de janeiro ficou acima das expectativas do mercado, com surpresa altista no núcleo da inflação, puxada tanto por bens quanto por serviços, o que resultou também em um supercore mais alto. “No entanto, a maior parte das surpresas parece ter sido pontual e em algumas séries de itens que sofreram mudanças relevantes nos últimos meses com a revisão dos fatores sazonais.”

Tanto a inflação em 12 meses quanto a média trimestral anualizada aceleraram novamente em janeiro, com o núcleo também acelerando em ambas as medidas, com destaque para o núcleo de Bens, que roda ainda em nível baixo.

“Com os dados do CPI, as projeções do mercado para o PCE de janeiro, a ser divulgado no final do mês, devem sofrer revisão para cima. O índice de preços ao produtor e o índice de preços de importação serão divulgados nos próximos dias e fecharão as estimativas”, comenta.

FED

De acordo com a economista, o CPI de janeiro é uma má notícia, mas por seguir uma revisão de fatores sazonais e vir com surpresas possivelmente pontuais, “deve ser ignorado pelo FED, que reafirmará que não toma decisões com base em um único dado. O FED continuará mantendo os juros parados diante das incertezas sobre a inflação, principalmente, quanto aos riscos relacionados às potenciais políticas de Trump”, analisou Andressa.

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