– Marcelo Camargo/Agência Brasil

Como uma montanha-russa, os contratos futuros de café arábica registraram uma queda nesta terça-feira (11) após quebrar recorde de valorização no início das negociações.

Enquanto o café caiu, os preços do cacau e do açúcar apresentaram alta, impulsionados por preocupações com as safras e mudanças climáticas.

Café arábica atinge pico histórico

O café arábica fechou com uma baixa de 16,7 centavos, ou 4%, cotado a US$4,044 por libra-peso. O contrato havia atingido o valor recorde de US$4,2995 logo no início das negociações. 

De acordo com uma análise do Citi, os preços do café provavelmente atingiram seu pico, com a demanda em redução e os suprimentos começando a ser reabastecidos.

Além disso, a recente valorização do café levou a uma diminuição na liquidez do mercado, o que pode resultar em uma maior volatilidade nos próximos dias. 

A expectativa de uma redução na safra de café arábica do Brasil também contribuiu para restringir os suprimentos globais.

Quando o café vai diminuir? 

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) reforça que a produção de café foi prejudicada pela seca e temperaturas elevadas. “Esse acúmulo de quatro anos de problemas climáticos e o crescimento da demanda global dão a explicação dessa escalada de preços no café”, destacou o presidente da Abic, Pavel Cardoso. 

A entidade prevê que o preço do café poderá se estabilizar no segundo semestre. Além disso, a safra do ano que vem tem expectativas para bater o recorde de 2020.  

 “E quando tivermos finalizado a colheita, portanto, com um olhar para 2026, esperamos ter uma grande safra, possivelmente superior a 2020, quando tivemos safra recorde”, afirmou Cardoso.  

Açúcar segue tendência de alta com previsão de aumento na produção brasileira

O mercado de açúcar apresentou movimentos positivos, com os contratos futuros do açúcar bruto subindo 1,9%, a 19,87 centavos de dólar por libra-peso. 

Assim, o crescimento foi impulsionado por previsões de aumento na produção de açúcar no Brasil, especialmente no centro-sul, onde a produção para a temporada 2025/26 deve alcançar 43,3 milhões de toneladas, um aumento de 8,5% em relação ao ciclo anterior.

Cacau sobe impulsionado por preocupações com o clima na Costa do Marfim

Por fim, os contratos futuros de cacau em Nova York fecharam em alta de US$424, ou 4,3%, atingindo US$10.302 a tonelada. O mercado do cacau teve essa reação por temores relacionados ao clima seco na Costa do Marfim, maior produtor mundial do grão. 

A falta de chuvas nas regiões produtoras pode impactar negativamente a safra intermediária, que ocorre entre abril e setembro. Esse cenário poderia afetar a produção do cacau, principal ingrediente do chocolate.

Em Londres, o cacau também registrou alta de 3,1%, fechando a 8.162 libras por tonelada.

“Do ponto de vista fundamental, o cacau deve ser monitorado de perto, considerando o clima, o desenvolvimento da safra e a demanda”, observou a corretora StoneX. 

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