Contexto e Estratégia
O Santander Brasil apresentou mais um resultado com expressiva melhora de rentabilidade, atingindo um ROAE de 17,6% no trimestre (+5,3 p.p. ano vs ano). Essa evolução foi sustentada por alavancas como a priorização de linhas de crédito mais rentáveis, ao mesmo passo que subiu a régua para cessão de crédito (clientes com melhor rating), ocasionando numa inadimplência controlada e aumento de spreads. Além disso, tivemos a contribuição de i) expansão de receitas transacionais via simplificação de proposta, melhores jornadas e maior uso de tecnologia e ii) controle de custos operacionais – simplificação da segmentação de clientes (alta renda no “Select” e massificados no “Santander”), maior resolutividade de problemas, menor número de agências e pontos de atendimento.
Margem Financeira alcançou R$ 15,978 bilhões, com crescimento de 16,0% ano vs ano e 4,9% tri vs tri. Tal resultado é fruto de uma readequação do mix de crédito, com foco em operações de spreads maiores – evidenciado pelo crescimento de financiamento ao consumo (+19,1% ano vs ano e +5,1% tri vs tri), de PMEs (+13,7% ano e +6,0% tri) e redução de grandes empresas ex-efeito cambio de (-11,5% ano e -3,7% tri). Por conta da dinâmica mencionada, os spreads atingiram 10,49% (+ 0,76p.p ano e + 0,60p.p tri). Além do ajuste de mix, tivemos um efeito de redução do custo de funding (não explicito), que foi obtido através do crescimento da base de funding de pessoas física (atinge 45% do todo, o que equivale a uma melhora de +2p.p ano e +1p.p tri).
Margem com mercado apresentou número de R$ 198mm (-39,1% tri vs tri), o que é um efeito da volatilidade e do aumento dos juros na curva. É esperado que o Santander sofra ao longo de 2025 caso o nível de juros continue a subir.
A respeito da sensibilidade do banco ao juros nas diferentes linhas do balanço, o management indica que houve uma mudança estratégica, onde passará a hedgear as suas posições pré fixadas (diferente com o que ocorria até então). Apesar dessa guinada, tal efeito será gradual, tendo em vista que essa política foi iniciada em set/24 e somente para novas originações.
A inadimplência ficou de lado, a despeito do aumento dos spreads. O banco apresentou inadimplência 90 dias de 3,2% (igual patamar do 3T24 e +0,1p.p vs 4T24). Isso é um reflexo das novas safras de melhor qualidade e esforço em buscar clientes de rating mais elevados. A inadimplência curta se manteve relativamente estável.
Receita com serviços com forte desempenho, alta de +10,1% ano vs ano e 3,4% tri vs tri. O destaque foi o desempenho de cartões, com crescimento de ~18,8 % ano vs ano e 13,4% tri vs tri (existe um efeito sazonal).
Custos, Eficiência e Desempenho Operacional: Despesas operacionais cresceram abaixo da inflação (+2,8% ano vs ano), destacando-se a redução de 7,2% em despesas administrativas em relação ao 4T23. O Índice de eficiência atingiu 38%, melhor marca histórica, uma redução de 5p.p. em comparação ao 4T23. Ainda nesse assunto, notamos uma redução dos PAs + Agências, que saíram de 2.677 no 4T23 para 2.264 no 4T24 (-413).
Lucro Líquido e Rentabilidade O lucro líquido gerencial atingiu R$ 3,9 bilhões (+74,9% ano vs ano), com ROAE de 17,6% (+5,3p.p. ano vs ano), sendo a expansão da NIM um dos maiores motores do crescimento da rentabilidade. O management entende que é possível alcançar uma rentabilidade na casa dos 20%, o que envolverá melhorias adicionais de eficiência (redução de agências, mais tecnologia e simplificação das linhas de negócio) e maior principalidade dos clientes.
Basiléia: 14,3% e core capital de 11,0%, o que é um patamar abaixo dos demais incumbentes. A ideia do Santander é deixar o buffer de liquidez (geralmente na casa de 2p.p) para o controlador, no veículo do Santander global, o que pode otimizar a rentabilidade do banco local.
Dividendos: Yield LTM está na casa de 6,3%. O banco tem intenção de continuar distribuindo e possivelmente aumentar o nível de dividendos, o que conversa com o aumento dos lucros e da rentabilidade, mas para tal, precisará pesar os efeitos da nova regulação 4.966 (substituta da antiga 2.682). Tal mudança deve aumentar o nível de provisões do banco e consumir parcela do core capital (estimativa de ~14bps).
Preço: considerando a ação do fechamento do 04/02/25, temos um múltiplo de 7,3x L.L e 1,06x BV. Este nível de precificação só fica abaixo do período Dilma e do ápice da Covid-19.
Outros Destaques
O Santander pretende lançar o seu novo aplicativo, que consolidará todos os demais apps e funcionalidade do banco, no que chamam de “One App”. Essa iniciativa é muito bem vista e um passo essencial para colocar o Santander em pé de igualdade (ou algo muito próximo) com outros bancos digitais ou incumbentes mais avançados. O App é uma ferramenta importante para que o banco permaneça na sua rota de melhoria de eficiência, aumento da principalidade e maior geração de negócios (mais oportunidades de hiper personalização).
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NÃO SE TRATA DE RECOMENDAÇÃO DE COMPRA OU VENDA
O post Melhora expressiva de rentabilidade: Por dentro dos Resultados do 4T24 do Santander (SANB11) apareceu primeiro em SmallCaps.com.br.