ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • O dólar comercial (compra) encerrou em queda de 0,38%, cotado a R$ 5,815.
  • – Por volta das 9:25, o dólar subia 0,25% ante o real, negociado a R$ 5,856 na venda.

Resumo

A oficialização das tarifas de importação pelos Estados Unidos (EUA) no último sábado (1º) gerou uma forte reação nos mercados globais.

As taxas de 25% sobre produtos do México e do Canadá e de 10% para itens da China provocaram uma queda nos futuros das bolsas de Nova York (NY) e impulsionaram os preços do petróleo no pregão asiático.

O republicano Donald Trump endureceu a política comercial e ameaçou adotar tarifas semelhantes contra a União Europeia em breve.

A crise comercial ocorre em uma semana repleta de eventos econômicos relevantes.

Entre os destaques estão a reabertura dos mercados chineses após o feriado do Ano Novo Lunar na quarta-feira (5), a divulgação da folha de pagamentos de janeiro nos EUA na sexta-feira (7), o Payroll, e os balanços trimestrais de duas gigantes do setor de tecnologia Alphabet (GOGL34) e Amazon (AMZO34).

Dólar sobe no exterior e alcança emergentes: No mercado cambial global, o dólar apresentou avanço expressivo em relação a moedas de economias emergentes, impulsionado pelo fortalecimento do índice DXY, que registrou alta de 1,2% e superou a marca de 109,0 pontos.

O movimento foi acompanhado por uma desvalorização significativa do dólar canadense e do peso mexicano, moedas diretamente impactadas pela imposição de novas tarifas comerciais.

Moeda norte-americana em queda no Brasil: Apesar do cenário de fortalecimento global, o dólar operou na contramão no Brasil e registrou sua décima sessão consecutiva de queda na sexta-feira (31), favorecido pelo fluxo de investidores estrangeiros atraídos pelo carry trade.

Esse movimento ocorre quando investidores buscam mercados com taxas de juros mais altas para obter retornos atrativos, o que resulta em uma maior entrada de recursos externos no país.

Variação ao longo do dia e fechamento da sessão: A moeda norte-americana chegou à mínima do dia ao tocar R$ 5,810, com desvalorização de 0,70%. Durante a sessão, o pregão apresentou volatilidade, especialmente antes da formação da taxa Ptax.

No entanto, mesmo com oscilações, a tendência de queda prevaleceu no período vespertino, que levou o dólar a fechar em baixa de 0,28%, cotado a R$ 5,8366.

Na semana, a divisa acumulou retração de 1,4%, enquanto, no acumulado do mês, a queda atingiu expressivos 5,56% – o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando a moeda caiu 5,6%.

Impacto positivo sobre juros e bolsa de valores: O otimismo observado em janeiro se refletiu também no mercado de juros e na bolsa de valores.

As taxas de juros recuaram aproximadamente 100 pontos-base ao longo do mês, enquanto o índice acionário registrou o primeiro resultado positivo após quatro meses consecutivos de desvalorização.

Investidores estrangeiros observam oportunidades no Brasil: Uma matéria publicada pela jornalista Aline Bronzati, do Broadcast, destacou que investidores estrangeiros identificam oportunidades no mercado brasileiro, apesar dos desafios fiscais do país.

O interesse está atualmente voltado para ativos considerados menos arriscados.

No entanto, especialistas apontam que o apetite pode crescer caso o governo apresente medidas concretas para conter o crescimento da dívida pública e oferecer maior previsibilidade sobre a trajetória fiscal.

Tarifas dos EUA e reação no mercado de juros: No mercado de juros futuros, a ponta curta sofreu impacto do aumento da aversão ao risco, desencadeado pela imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos sobre importações do México, Canadá e China.

Comportamento dos DIs e cenário fiscal: Os Depósitos Interfinanceiros (DIs) de vencimentos médios e longos encontraram suporte na queda do dólar e recuaram.

O movimento foi impulsionado pela divulgação do déficit do setor público consolidado em 2024, que ficou em R$ 47,50 bilhões, um resultado um pouco melhor do que a expectativa do mercado financeiro, que projetava um saldo negativo de R$ 48,80 bilhões.

Variações nas taxas de juros: O DI para janeiro de 2026 encerrou a sessão a 14,940%, acima dos 14,855% do fechamento anterior.

O contrato para janeiro de 2027 também apresentou alta, de 14,980% para 15,035%.

Em contrapartida, os vencimentos mais longos registraram queda:

  • – o DI para janeiro de 2029 recuou para 14,775% (de 14,865% no fechamento anterior);
  • – o DI para janeiro de 2031 caiu para 14,720% (de 14,870%); e
  • – o contrato de janeiro de 2033 fechou a 14,670%, contra 14,850% na sessão anterior.

Bolsas internacionais recuam diante de aumento nos rendimentos dos Treasuries: Os principais índices acionários globais registraram quedas na sessão, em seguida ao movimento de alta do dólar e dos juros dos Treasuries norte-americanos.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos permaneceram firmes acima do patamar de 4,50%, em reflexo às expectativas de aperto monetário prolongado por parte do Federal Reserve e o impacto das tarifas recentemente implementadas pelo governo norte-americano.

EUA

As tarifas contra o Canadá, o México e a China entram em vigor nesta terça-feira (4). O governo canadense, liderado por Justin Trudeau, revidou imediatamente no sábado, e impôs tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos.

Inicialmente, serão taxados US$ 30 bilhões em mercadorias, com outros US$ 125 bilhões em vigor dentro de vinte e um dias.

Em resposta, Trump alertou que, caso o Canadá mantenha sua retaliação, Washington pode adotar novas tarifas.

O presidente dos EUA conversaria nesta segunda-feira (3) com Trudeau para tentar resolver a questão.

A embaixadora do Canadá nos EUA, Kirsten Hillman, declarou à ABC News que seu governo ainda espera que as tarifas norte-americanas não entrem em vigor. Estamos prontos para continuar conversas com o governo Trump sobre isso, afirmou, e ressaltou que o Canadá não mantém interesse em uma escalada protecionista.

O governo do México reagiu e anunciou que tomaria medidas contra as tarifas nesta segunda-feira (3), enquanto a China confirmou que vai processar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A União Europeia passou a ficar na mira de Trump, que prometeu medidas substanciais em brevecontra o bloco. A Comissão Europeia afirmou que responderá “firmemente a tarifas injustas ou arbitrárias”.

Além disso, Trump indicou que pretende taxar chips e que tarifas sobre aço, alumínio, cobre, gás e petróleo devem ser aplicadas até o dia 18 deste mês.

O Goldman Sachs publicou um relatório para seus clientes no domingo (2), e avaliou que o panorama seria incertoe que as tarifas podem ser temporárias. Já uma reportagem da Reuters destaca que as medidas de Donald Trump podem gerar pressões inflacionárias e reduzir o crescimento econômico global.

Brasil

No Brasil, a incerteza complica os próximos passos do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), que já contratou uma alta de 1 ponto percentual na taxa básica de juros Selic para março, mas ainda possui três meses para avaliar novas medidas até maio.

A autoridade optou por não se comprometer com novas diretrizes de política monetária e deixou em aberto a decisão para maio.

A instituição busca flexibilidade diante das incertezas internacionais e da conjuntura econômica doméstica, que inclui inflação desancorada, desaquecimento da economia e dúvidas fiscais.

Além disso, a ata da última reunião do colegiado vai ser divulgada na terça-feira (4), aguardada com expectativa pelos investidores.

Agenda

Investidores observam a produção industrial de dezembro na próxima quarta-feira (5).

Quanto à inflação, serão analisados os números do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) na próxima sexta-feira (7), IPC-Fipe na próxima terça-feira (4) e Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) nesta segunda-feira (3).

Números da balança comercial de janeiro estão programados para a próxima sexta-feira (7), enquanto as projeções mais atualizadas do semanal Boletim Focus, do Banco Central, serão informadas nesta segunda-feira (3).

Combustíveis

Antes da volta da cobrança do ICMS pelos Estados, a Petrobras (PETR3)(PETR4) confirmou um reajuste de 6,3% no preço do diesel. Economistas projetam impacto praticamente nulo sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano (+0,01 p.p.).

Empresas

A Petrobras (PETR3)(PETR4) divulga seu relatório de produção e vendas do quarto trimestre na noite desta segunda-feira (3).

A temporada de balanços começa para os grandes bancos, com os resultados do Santander (SANB11) e do Itaú (ITUB4) na quarta-feira (5), seguidos pelo Bradesco (BBDC4) na sexta-feira (7).

Ibovespa e mercados globais na sessão anterior

O impacto da decisão comercial de Donald Trump levou as bolsas de Nova York a encerrarem a sessão de sexta-feira (31) em baixa.

O Dow Jones caiu 0,75% para 44.544,66 pontos, o S&P 500 recuou 0,50% para 6.040,52 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,28%, em 19.627,44 pontos.

Apesar da queda do dia, os índices registraram ganhos no mês, impulsionados por indicadores positivos da economia norte-americana.

No Brasil, o Ibovespa caiu 0,6% para 126.134,94 pontos, com volume negociado de R$ 21,6 bilhões, mas acumulou alta de 3,0% na semana e 4,86% em janeiro – o primeiro mês positivo desde agosto de 2024.

A Petrobras (PETR3)(PETR4) contrariou a tendência e registrou leve alta, impulsionada pelo reajuste de 6,30% no preço do diesel, após 400 dias sem aumento. O aumento reduziu a defasagem em relação ao mercado internacional.

Por outro lado, a Vale (VALE3) caiu 1,56%, em reflexo às tarifas contra a China.

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