Caro Investidor!

Curioso se a empresa que você investe vai apresentar bons números do quarto trimestre de 2024 (4T24)? Nós aqui do Acionista já estamos na expectativa. E falando nisso, se você quer saber a Agenda de Resultados, no Clube Acionista você tem o acesso (exclusivo para assinantes, o que você pode se tornar aqui)

Conversamos com alguns especialistas para saber quais os setores que vão se destacar no último trimestre do ano passado. Como sempre, o setor Financeiro ocupa o topo das paradas, principalmente os bancos e lá na outra ponta, sem muito fôlego, com performance fraca, o Varejo.

Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange, as expectativas são boas para o setor financeiro, principalmente para os bancos. “Especialmente para o Itaú (ITUB4),devido ao aumento de sua carteira de crédito projetada no 3T24, que saiu de uma faixa de 6,5% para uma nova estimativa entre 9,5% e 12,5 %. Além disso, a inadimplência deve continuar avançando, como já ocorreu no 3T24, e sua margem tende a seguir em crescimento”, comenta.

Outro destaque é o Banco do Brasil (BBAS3), que apresentou um excelente resultado no 3T24, com um aumento de 8,3% no lucro líquido. “A expectativa é que o banco mantenha um ritmo acelerado e continue expandindo sua carteira de crédito.”

De acordo com Tavares, empresas voltadas à exportação também podem apresentar bons resultados, impulsionadas pela valorização do dólar no 4T24 e pela demanda por commodities brasileiras. “A Petrobras (PETR4) pode surpreender devido ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional e à expansão da produção nos campos do pré- sal. A Vale (VALE3) também pode se beneficiar da crescente demanda da China por minério de ferro. Por fim, vale destacar a Suzano (SUZB3), que encontrou um mercado mais aquecido para papel e celulose, especialmente na Ásia e na Europa.”

Já o varejo que normalmente se destaca no 4T, em 2024, enfrentou desafios. “Ainda assim, algumas empresas podem ter um bom desempenho, impulsionadas pelo aumento da renda disponível para os brasileiros e pelo crescimento contínuo dos Mercados”, comenta Tavares. A Magalu (MGLU3) manteve bons resultados ao longo do ano, revertendo prejuízos e melhorando sua margem de lucro. Já o Mercado Livre (MELI34), apesar de ter apresentado um resultado abaixo do esperado no 3T, teve um ano sólido e segue se consolidando no mercado latino-americano.

Quem pode surpreender?

Segundo Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, duas empresas do VArejo podem surpreender neste 4T24: Grupo Mateus (GMAT3) e Lojas Quero-Quero (LJQQ3). “O primeiro, Grupo Mateus, é uma potência regional, vem tendo crescimento bastante sólido, consistente, mais um papel que pode trazer resultados surpreendentes.”

Outra que está bem fora do radar, pouca gente acompanha, é a Lojas Quero-Quero.” A empresa tem mostrado que conseguiu estabilizar seus volumes de vendas, tem conseguido aumentar sua receita principalmente no braço de serviços financeiros. Então, pode surpreender.”

Outros destaques 

No setor Educação, Marinello acredita que Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) serão destaques no 4T. Isso porque a Yduqs teve um 2023 muito bom, em 24 alguns percalços, mas vem se recuperando. “Pelos últimos pregões ela já vem despontando. Após o mês de outubro é possível que ela tenha tido uma valorização muito boa, em torno de 15%. Então deve fechar o 4T muito bem, com aumento de receita, com manutenção de receita, geração de caixa”, disse.

Já a Cogna, vem sofrendo muito no Ibovespa, na concorrência do setor. “Houve uma certa especulação de fusão com a Yduqs, mas que não avançou, mas as ações internas devem ter motivado um fluxo melhor de caixa e despesas operacionais também podem surpreender.”

No setor Alimentos e bebidas, a JBS (JBSS3) tem grande potencial de resultados, muito influenciado pela variação cambial.” Lembrando que em dezembro o dólar fico quase todo tempo acima de R$ 6. E uma das marcas do grupo que é a Seara, apresentou números muito interessantes que devem contribuir para o fechamento do grupo como um todo.”

No Papel e Celulose, a Suzano (SUZB3) deve se destacar, pois teve um 3T muito bom, reverteu o prejuízo do 2T e também foi favorecida pela variação cambial. Há a expectativa que ela traga bons resultados no fechamento do 4T24, segundo Marinello.

Por fim, o setor de Mineração, a Vale (VALE3), assim como as outras grandes empresas exportadoras de commodities tiveram  um dezembro muito favorável em vista do dólar em alta, houve o aumento da demanda do minério de ferro, principalmente da China.

Uma retrospectiva

“Ao longo de 2024, observamos um fortalecimento do dólar frente ao real e a outras moedas, enquanto o real se desvalorizou. Paralelamente, diversos setores aprimoraram suas operações, aumentando a eficiência, e a taxa de juros se estabilizou. Além disso, a recuperação econômica global começou a se materializar de forma mais consistente”, recorda Lucas Sharau, economista e sócio da iHUB Investimentos.

Ele também comenta que no final do ano passado, o mercado de trabalho atingiu níveis historicamente elevados de emprego, com o desemprego registrando patamares mais baixos. Esse cenário indica um potencial de consumo represado, o que impulsiona a demanda.

“A inflação seguiu relativamente controlada ao longo de 2024. Apesar da sinalização de desancoragem inflacionária para as políticas monetárias, os índices ainda não estavam em níveis críticos. No entanto, as projeções para 2025 indicam uma inflação mais elevada”, afirma. 

Diante desse contexto, quais resultados podemos esperar no 4T24?

Segundo Sharau, o setor exportador tende a ser um dos mais beneficiados nesse cenário. Isso porque essas empresas faturam em dólares, com contratos dolarizados ou firmados em outras moedas estrangeiras, geralmente em dólar, enquanto suas despesas, como custos operacionais e folha de pagamento, são majoritariamente em reais. Com a valorização do dólar, essas empresas ampliam suas margens de lucro.

“Entre os destaques do setor exportador, temos companhias do segmento de mineração, como Vale e Suzano, que possuem alto potencial de apresentar resultados expressivos no quarto trimestre de 2024. No entanto, a redução do apetite de consumo da China, um dos principais compradores globais, ainda gera incertezas. Apesar disso, as projeções apontam para um desempenho sólido e consolidado.”

O setor bancário também deve registrar bons resultados. “Grandes bancos, como Itaú, Santander e Bradesco, devem se beneficiar da estabilização da taxa Selic e da recuperação econômica gradual do país. Historicamente, quando os juros estão elevados e a inflação sob controle, o setor bancário ganha força, aumentando sua atividade de concessão de crédito. Além disso, o alto nível de emprego favorece a demanda por serviços financeiros, fortalecendo o giro da economia no mercado privado.”

Outro segmento que pode apresentar recuperação é o setor de consumo. “Com mais pessoas empregadas e uma demanda potencial elevada, mesmo diante de juros altos, há espaço para crescimento. Ainda não há uma materialização concreta desse movimento, mas empresas como Magazine Luiza podem surpreender positivamente na divulgação de seus balanços. É fundamental aguardar a publicação oficial dos resultados para validar essas projeções.”

Setores que devem se destacar no 4T, segundo a XP Investimentos

Positivo

Proteínas –  deve ser um destaque positivo à medida que os preços continuam atraentes, refletindo um balanço de oferta e demanda para proteínas ainda apertado ao redor do mundo.

Shoppings & Propriedades Comerciais – um trimestre sólido à medida que antecipamos baixos custos de ocupação, o que deveria impulsionar uma forte demanda a gradualmente aumentar as taxas de ocupação.

Papel & Celulose –  deve ter um trimestre encorajador com previsões de volumes de venda de celulose fortes além da depreciação do real ajudando a mitigar preços de celulose piores em dólares.

Negativo

Produtores de alimentos devem ser um destaque negativo com a estrutura de capital alavancada dos atacadistas em conjunto com um cenário macro mais negativo agravando a situação. 

Outro ponto negativo são os custos mais elevados, que nós não esperamos que sejam repassados pelas companhias, o que deve penalizar as margens.

Varejo alimentar deve ser um destaque negativo, pois esperamos continuar a ver tendências de receita negativas, com as vendas de lojas existentes ainda ficando atrás da inflação alimentar, provavelmente comprometidas pelo poder de compra em deterioração e um cenário competitivo mais difícil.

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