Caro Investidor!

Você sabe que o churrasco que você come no fim de semana, a gasolina que você coloca no seu carro que vem do petróleo, os grãos da sua dieta, são tudo commodities, não? Bem, nossa conversa hoje é sobre isso. Aproveitando que a Selic teve mais um aumento nesta quarta (29) e agora passa a ser 13,25% a.a.,  isso influencia muito nesse mercado. 

“O cenário de juros elevados no Brasil, combinado com uma postura mais cautelosa nos Estados Unidos, apresenta impactos diversos no mercado de commodities”, comenta Lais Martins, sócia da Fundamenta Investimentos. 

A especialista  ressalta que, no Brasil, a elevação dos juros busca conter a inflação persistente, mas não tem sido suficiente para fortalecer o real. “Com o câmbio nos patamares atuais (antes das quedas dos últimos dias), as exportações brasileiras são favorecidas, já que os produtos se tornam mais competitivos no mercado internacional devido ao menor custo em moeda estrangeira. Esse fator beneficia especialmente setores como o agronegócio e a mineração, que operam com receitas dolarizadas e ampliam suas margens de lucro nesse cenário.”

Entretanto, Lais comenta que, por outro lado, os custos internos para os produtores aumentam, especialmente devido à inflação local e a dependência de insumos importados, que ficam mais caros com a desvalorização do real. “Além disso, os juros elevados encarecem o crédito captado no país e dificultam investimentos em expansão e modernização, restringindo a capacidade de crescimento do setor produtivo”.

Lá nos EUA

Nos Estados Unidos, o impacto maior nos preços das commodities é pela expectativa de imposição de tarifas mais altas sobre as importações chinesas pelo novo presidente Trump, entretanto, com o novo tom do republicano em relação a isso, pode ser que a situação fique menos estressante.

“Em setores como o agronegócio e mineração, a demanda global, especialmente da China, permanece uma variável crítica. As autoridades chinesas estão ampliando medidas para impulsionar a economia fragilizada, que enfrenta uma crise imobiliária persistente, uma demanda interna enfraquecida e altos níveis de endividamento dos governos locais. A desaceleração do crescimento chinês pode limitar as exportações de grãos como soja e milho, além de limitar o consumo de minério de ferro para construção civil. O mercado de petróleo também está atento às novas políticas em relação à liberação de poços petrolíferos, além de acompanhar o desenrolar dos conflitos no Oriente Médio”, explica Lais.

Por fim, a especialista diz que cada commodity tem seus drivers próprios e dependem de fatores globais diferentes, sendo que os juros no Brasil e EUA apenas compõem esse conjunto de impactos nos preços de cada uma

Expectativas

Segundo o relatório de commodities do BTG Pactual sobre a prévia do 4T24, as expectativas não são boas.

Para os analistas, as previsões para o 4T24 não são animadoras, com empresas enfrentando resultados fracos devido a um ambiente macroeconômico desafiador. “Os preços das commodities permanecem deprimidos, com destaque para uma queda de 15% na celulose comparado ao trimestre anterior. Contudo, a desvalorização do real (13%) trouxe alívio para os exportadores.”

Destaques do Setor

  • Vale (VALE3): surpresa negativa nos volumes comercializados apesar da alta produção, afetando o EBITDA.
  • Gerdau (GGBR4): enfrentou um trimestre sazonalmente fraco, com margens EBITDA nos EUA reduzidas para 13%.
  • Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11): espera-se estabilidade no EBITDA, com volumes maiores e câmbio favorável, apesar da queda nos preços da celulose.
  • CMIN e CSN (CMIN3): resultados devem mostrar melhorias devido a preços de minério de ferro mais altos.
  • Aura (AURA33) e CBA (CBAV3): preveem lucros melhores, beneficiando-se da alta no ouro (7%) e alumínio (8%).

Recomendações: As recomendações permanecem cautelosas, sem mudanças na preferência por Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11) e Gerdau (GGBR4). “A celulose é considerada uma opção promissora, com expectativa de crescimento de EBITDA entre 15-20% a/a em 2025. O investimento em Vale é visto com moderação, devido aos modestos rendimentos de dividendos previstos. O panorama geral continua desafiador, e os investidores são aconselhados a manter uma postura prudente neste cenário de commodities sob pressão”, afirmam os analistas do BTG.

Vale apena investir em commodities?

Conforme análise da Nord, investir em commodities pode ser uma excelente forma de diversificar seu portfólio e se proteger contra a inflação. No entanto, é um mercado volátil que exige estudo e planejamento. “Para investidores experientes, as commodities oferecem uma boa oportunidade de lucro, mas os riscos são elevados, especialmente para quem não está familiarizado com o comportamento dos mercados futuros.”

Publicidade

3 dicas para você lucrar na temporada de

resultados trimestrais