Desde dezembro passado o dólar vinha em um ritmo de alta quase que assustador e nem o aumento da taxa de juros parecia fazer alguma diferença no câmbio. Nesta quarta-feira, 22, a moeda norte-americana fechou o dia abaixo de R$ 6, cotado a R$ 5,94. Isso não ocorria desde o final de novembro. Nesta quinta, o dólar está a R$ 5,91 (13h48). A pergunta que não quer calar é: vai seguir assim?

Conforme especialistas ouvidos pelo Infomoney, a sustentação da moeda americana abaixo de R$ 6 dependerá da “manutenção de uma política econômica clara, do fortalecimento do arcabouço fiscal nos próximos meses, da política monetária americana e da moderação nas políticas comerciais e tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que até o momento tem adotado uma abordagem mais cautelosa em relação a medidas protecionistas prometidas durante sua campanha”. Segundo a publicação, essa cautela, por sinal, tem sido apontada como um fator importante para a redução da pressão sobre o real, com o mercado diminuindo os prêmios de risco das cotações.

Momento de investir lá fora?

Segundo Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia-fundadora da AVG Capital, a queda do dólar abre oportunidades estratégicas para investidores que desejam internacionalizar parte do patrimônio. “Com um câmbio mais favorável, torna-se mais barato converter reais para a moeda americana e alocar recursos em ativos internacionais. Nesse contexto, uma conta internacional pode ser um instrumento poderoso para aproveitar esse momento e diversificar os investimentos”, afirma.

De acordo com a especialista, ter uma conta internacional permite ao investidor acesso direto a produtos financeiros dos Estados Unidos, como ações, ETFs, títulos do Tesouro americano (Treasuries) e REITs (fundos imobiliários dos EUA), sem a necessidade de intermediários locais. “Isso reduz custos com corretagem e impostos e facilita a gestão do portfólio em dólar, protegendo o patrimônio contra a volatilidade do câmbio. Além disso, com juros ainda elevados nos EUA, é possível encontrar títulos de renda fixa com retornos atraentes e segurança”, destaca a especialista.

Além disso, outro benefício importante é a proteção contra a desvalorização do real. O Brasil historicamente enfrenta ciclos de alta inflação e incertezas políticas e fiscais, o que podem impactar a moeda local. “Investir parte do patrimônio em dólar funciona como uma espécie de ‘seguro’ financeiro, garantindo maior estabilidade e preservação do poder de compra no longo prazo”, ressalta Andressa.

Conforme ela, com o dólar mais barato, essa pode ser uma oportunidade interessante para quem deseja dar o primeiro passo nos investimentos internacionais. “Abrir uma conta em uma instituição financeira global ou um banco internacional é um processo cada vez mais acessível para brasileiros, permitindo depósitos, remessas e investimentos com poucos cliques. A diversificação geográfica se tornou uma estratégia essencial para quem busca melhores retornos e proteção patrimonial diante dos desafios econômicos globais.”

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