Nos últimos anos, a transição para energias limpas tem se tornado um dos pilares da política energética da União Europeia, refletindo um compromisso crescente com a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono. Em um relatório recente do think tank climático Ember, foi destacado que a participação das energias renováveis na matriz elétrica da UE saltou de 34% em 2019 para impressionantes 47,5% em 2024. Essa mudança substancial ocorre em um contexto global em que os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, optaram por políticas que priorizam combustíveis fósseis e abandonaram o Acordo de Paris.
Crescimento Acelerado das Energias Renováveis
A energia solar, por exemplo, agora fornece cerca de 11% da eletricidade consumida nos 27 Estados-membros da UE, tornando-se a fonte de crescimento mais rápido dentro do bloco. De acordo com os dados, a geração de eletricidade a partir do carvão caiu drasticamente, representando apenas 10% da produção total em 2023. Essa é a primeira vez que a energia solar supera o carvão, refletindo uma mudança de paradigmas essenciais na matriz energética europeia.
Impacto do Acordo Verde Europeu
O Acordo Verde Europeu, estabelecido em 2019, tem sido um motor fundamental para esta transformação, com o objetivo de reduzir as emissões da UE em 55% até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050. Chris Rosslowe, especialista da Ember, afirmou que poucos previam quão avançada estaria a transição energética na Europa atualmente. Além disso, a recente crise energética provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia acelerou essa transição, levando ao aumento do uso de fontes renováveis como forma de diminuir a dependência de combustíveis fósseis, com uma queda histórica na utilização destes, que désormais representa apenas 29% da matriz energética.
Consequências Econômicas e Futuro da Energia na Europa
Desde 2019, a Europa evitou importações de combustíveis fósseis avalizadas em quase 61 bilhões de dólares, um feito notável que reflete a eficácia dos esforços locais em energia limpa. Com o uso crescente das capacidades eólicas e solares, a região não apenas assegura sua necessidade energética, mas também se posiciona como uma líder climática global, especialmente em contraste com países que priorizam combustíveis fósseis.
Seguindo em Frente
A Comissão Europeia, sob a liderança de Ursula von der Leyen, reafirmou seu compromisso de trabalhar em conjunto com outras nações que buscam combater o aquecimento global e proteger o meio ambiente. Essa postura se torna ainda mais crucial em um cenário internacional em que a política energética dos EUA caminha em direção oposta. Rosslowe conclui destacando a importância da liderança da UE em energia limpa, que não só busca aumentar a independência energética, mas também demonstra um compromisso firme com a sustentabilidade no cenário atual.
Para mais detalhes, consulte o relatório original publicado pelo ISTOÉ DINHEIRO.