Recentemente, as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos foram alvo de debate, especialmente após declarações do presidente americano, Donald Trump. Durante seu novo mandato, ele afirmou que o Brasil e a América Latina precisam “(…) mais dos EUA do que os EUA precisam deles”, um comentário que suscitou discussões sobre a real dependência entre os dois países. Embora Trump tenha sua visão, os números econômicos mostram um cenário mais equilibrado.

Comércio bilateral em números

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) revelam que, em 2024, o fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos atingiu aproximadamente US$ 81 bilhões. As exportações brasileiras para os EUA totalizaram US$ 40,33 bilhões, alcançando um novo recorde, enquanto as importações somaram US$ 40,58 bilhões. Este equilíbrio indica que ambos os países se beneficiam reciprocamente desse relacionamento.

Exportações brasileiras: itens de destaque

Os principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos incluem petróleo, aço, café e carnes, além de itens de maior valor agregado como suco de laranja e aviões. Essas exportações são vitais não só para o Brasil, mas também para a economia americana, que se beneficia da diversidade de insumos e produtos que chegam de terras tropicais.

Dependência mútua no comércio

Conforme ressaltado por José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), as empresas norte-americanas presentes no Brasil também desempenham um papel importante nesse cenário. Muitas vezes, as transações comerciais ocorrem entre matrizes e filiais, criando uma interdependência que vai além de simples relações comerciais. Castro observa que, embora o Brasil necessite mais dos EUA em certos aspectos, as empresas americanas reconhecem o valor dos negócios realizados no Brasil.

Investimentos e crescimento futuro

O Banco Central do Brasil divulgou que os Estados Unidos lideram o volume de investimentos estrangeiros no país. Até 2023, o estoque de investimento americano ultrapassava US$ 350 bilhões, refletindo a presença de quase quatro mil empresas americanas operando no Brasil. Essa relação não é apenas uma troca de bens, mas também uma sinergia entre as economias dos dois países. Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, destaca que cada nação tem muito a ganhar com essa configuração, principalmente setores estratégicos como o aeronáutico, onde há uma intensa troca de partes e peças.

Publicidade

SIMULAÇÃO GRATUITA: Descubra onde investir e fazer o seu dinheiro render de verdade. Veja por aqui.

Desafios e oportunidades à frente

À medida que o mundo enfrenta mudanças econômicas e políticas, a gestão da diplomacia brasileira, conforme afirma a ministra interina das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, buscara entender as convergências entre Brasil e EUA e a importância de uma abordagem cautelosa diante das declarações de Trump. As reformas estruturais, como a tributária, são essenciais para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e fortalecer essa relação comercial.

O cenário atual sugere que, enquanto a dependência pode ser apontada em uma direção, a verdade é que a interdependência é uma característica fundamental na relação Brasil-EUA. Investidores e empresários devem acompanhar de perto esses desdobramentos, já que as decisões da atual administração americana podem ter impactos significativos para ambas as economias.

Publicidade

A análise dos

resultados trimestrais

ajuda a redefinir suas estratégias