Ações Ibovespa

O Ibovespa (IBOV), principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, registrou uma alta moderada, impulsionada pela expectativa de que as tensões sobre tarifas podem diminuir.

A recuperação nos juros futuros e a estabilização do dólar contribuíram para o otimismo momentâneo, embora a volatilidade continue uma preocupação para os investidores.

Ibovespa (IBOV)

O índice à vista ganhou 0,4%, para 122.855,15 pontos, com um volume financeiro pífio, de apenas R$ 11,50 bilhões, por causa do feriado do dia de Martin Luther King Jr., nos EUA.

Resumo geral

Na segunda-feira (20), após o fim de um feriado prolongado nos Estados Unidos, Nova York voltou aos seus rumos econômicos, mas em meio às incertezas sobre as tarifas comerciais que o novo presidente, o republicano Donald Trump, pode impor ao mundo.

Embora o discurso de posse tenha trazido alívio temporariamente às projeções sobre uma aceleração dessas medidas, o primeiro dia de governo apresentou novas declarações que renovaram as dúvidas e aumentaram a volatilidade dos mercados financeiros.

EUA

Foi somente o primeiro dia de Donald Trump

Tarifas – Durante um evento à noite no Capital One Arena, Trump disse que os Estados Unidos “encheriam os bolsos” com tarifas e afirmou que existem apenas “duas palavras mais bonitas que tarifa: Deus e amor”.

A declaração foi acompanhada de uma previsão de aplicação de uma sobretaxa para o México e o Canadá, a ser formalizada até 1º de fevereiro. Trump mencionou a possibilidade de uma tarifa de 25%, mas deixou claro que a alíquota exata ainda vai ser definida.

Analistas acreditam que Donald Trump pretende, na realidade, que a China volte a comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos (EUA), e que o impacto imediato de uma tarifa global seja adiado.

O presidente, por sua vez, afirmou à noite que os Estados Unidos (EUA) ainda “não estão prontos” para implementar novas tarifas universais.

De acordo com The Wall Street Journal, o republicano pretende emitir um amplo memorando em que determine que as agências federais detalhem as políticas comerciais existentes e o relacionamento com China, Canadá e México.

Em relatório a clientes, o Citigroup previu que Donald Trump vai aumentar as tarifas de importação em 5.0 p.p., em média, este ano. Isso eleva as tarifas médias de 2.0% a 3.0% para 7.0% a 8.0%. Para a China, contudo, o aumento deve ser de 10,00 p.p. a 15,00 p.p..

No contexto das tarifas, o Brasil se vê particularmente interessado nas possíveis medidas contra a China.

Se o presidente chinês Xi Jinping optar por seguir o caminho de Donald Trump, as exportações brasileiras de grãos podem ser severamente impactadas, visto que a maior parte das exportações para a China se refere a esses produtos.

Durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), a China intensificou a compra de produtos agrícolas do Brasil, ao passo que diminuía as importações dos Estados Unidos.

O Canadá e a União Europeia (UE) sinalizaram que estão prontos para reagir a quaisquer tarifas que possam prejudicar seus interesses comerciais. O ministro das Finanças do Canadá afirmou, em tom assertivo: “Estamos absolutamente prontos para responder”.

A ameaça de tarifas de Trump afetou imediatamente as moedas de ambos os países: o dólar canadense e o peso mexicano caíram mais de 1% no mercado cambial.

TikTok Na mesma noite de sua posse, Trump assinou várias ordens executivas. Uma delas adia a proibição do TikTok nos EUA por mais setenta e cinco dias.

O republicano sugeriu que a melhor solução para Pequim seria a venda de 50% de controle da rede social para empresas norte-americanas.

Pela América Latina e sobre os BRICS – Enquanto isso, o novo presidente fez questão de mencionar o Brasil, e destacou que a América Latina precisa mais dos Estados Unidos do que o contrário, mas assegurou que mantém uma “relação excelente” com a região.

Sobre os BRICS, o republicano afirmou que os países desse bloco tentam “dar a volta” nos EUA e que, caso isso aconteça, os EUA “não ficarão felizes”.

Além disso, Trump confirmou que os Estados Unidos provavelmente cessarão a compra de petróleo da Venezuela, como discutido com o novo secretário de Estado, Marco Rubio.

Imigração – A questão da imigração foi outro destaque, e Trump assinou um decreto que expira a cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais.

De saída – Em um movimento ainda mais audacioso, Trump também retirou os Estados Unidos (EUA) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo Climático de Paris.

Essa decisão posiciona o País ao lado de outros como Irã, Líbia e Iémen em questões climáticas.

Segurança Nacional – Na área de Segurança, o novo presidente declarou uma emergência na fronteira com o México, designou grupos de tráfico de drogas como organizações terroristas e anunciou o envio de tropas para reforçar a segurança.

Balanços

Wall Street aguarda pelo balanço da Netflix (NFLX34) após o fechamento dos mercados nesta terça-feira (21).

Commodities

Petróleo

O Brent para futuros de março caiu 0,8%, a US$ 80,15 por barril, enquanto investidores aguardam maiores detalhes sobre a ordem de Donald Trump pela declaração de emergência energética nacional.

Europa

Zona do Euro – O Índice ZEW de Expectativas Econômicas da Alemanha caiu de 15,70 em dezembro para 10,30 pontos, de acordo com um relatório do Centre for European Economic Research (ZEW) nesta terça-feira (21).

Brasil

Agenda

Investidores observam a prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A presença do Brasil em Davos visa reforçar nossa liderança ambiental

Com a posse de Donald Trump e os primeiros movimentos de sua administração, o Brasil começou a redesenhar sua estratégia internacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG) para representar o País no Fórum Econômico Mundial de Davos.

Com uma agenda mais restrita de competidores brasileiros, Silveira vai se concentrar nas discussões sobre o setor energético, com foco na atração de investimentos e na agenda verde.

E o que declarou Haddad em reunião ministerial?

Em reunião ministerial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), apresentou ontem a agenda econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva e destacou que as contas públicas estão controladas, mas necessitam de um aumento na arrecadação federal.

O jornal Folha de S.Paulo reporta que o ministro estabeleceu vinte e cinco prioridades até o final do terceiro mandato do presidente da República, inclusive isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a criação de um sistema tributário mais justo para os milionários.

Entre as principais medidas, Haddad destacou a reforma fiscal, o fortalecimento do arcabouço fiscal e o combate aos supersalários do funcionalismo público.

Haddad se propôs a regulamentar as grandes empresas de tecnologia, modernizar o marco de preços de medicamentos e a gestão de concessões de serviços públicos.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou ainda a necessidade de uma transformação ecológica, com a emissão de títulos sustentáveis e o aprimoramento dos critérios de sustentabilidade do Plano Safra.

Além disso, o ministro destacou a relevância do marco legal para a inteligência artificial (IA).

Lula quer acalmar o mercado, mas prefere popularidade nos supermercados

O jornal Valor Econômico apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou ontem dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT-SP), um programa para baixar o preço dos alimentos. E rápido.

A alta tem impactado diretamente a popularidade do presidente, que prepara o caminho para a reeleição ou sucessão em 2026. Os ministros fizeram ouvir dele que “a população não pode esperar” que os preços baixem.

O presidente da República teria ordenado que o programa para baratear a alimentação “seja feito já”.

Em 2024, o preço dos alimentos subiu, em média 7,6%, bem acima da inflação oficial do País, que ficou em 4,8%.

Recessão a caminho?

O mercado financeiro mostrou sinais de apreensão com a possibilidade de uma recessão técnica no Brasil, em sequência aos dados negativos sobre a produção industrial e o volume de vendas do comércio varejista relativos ao mês de novembro.

Teme-se que a economia possa entrar em contração, com dois trimestres seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB), destacou uma reportagem de Broadcast.

Boletim Focus

O Boletim Focus trouxe uma atualização das expectativas de inflação, com projeções para 2025 e 2026 em um cenário inflacionário mais pressionado do que o esperado.

A mediana das previsões para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 5,13%, e a projeção para a taxa básica de juros Selic foi elevada para 12,25% em 2026.

O mercado financeiro monitora a ação do Banco Central (BC) e os possíveis efeitos da depreciação do real sobre a política monetária.

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