Poupança
Entenda como funciona a caderneta de poupança, suas vantagens e desvantagens, além de descobrir quando vale a pena investir nessa modalidade tradicional

A caderneta da poupança é o investimento mais tradicional do Brasil, com milhões de brasileiros que confiam suas economias a esta modalidade. De fato, ela se destaca pela simplicidade e facilidade de acesso, o que a torna uma opção atrativa para quem deseja dar os primeiros passos no mundo dos investimentos.

No entanto, apesar de sua popularidade, a poupança apresenta algumas características que a tornam uma opção menos vantajosa em comparação a outros investimentos. A baixa rentabilidade e a perda do poder de compra frente à inflação são alguns dos pontos que fazem especialistas criticarem este tipo de aplicação.

O que é a poupança?

Em primeiro lugar, a poupança é uma modalidade de investimento criada em 1861, durante o período imperial brasileiro, com o intuito de oferecer uma forma segura para a população guardar seu dinheiro. Ela nasceu junto com a Caixa Econômica Federal, que tinha como propósito democratizar o acesso aos serviços financeiros.

Por meio da poupança, o governo brasileiro buscou incentivar o hábito de poupar dinheiro entre a população. A fim de torná-la mais atrativa, estabeleceu benefícios como a isenção de impostos sobre os rendimentos e a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores até R$ 250 mil.

Em outras palavras, a poupança funciona como uma conta bancária especial, na qual o dinheiro depositado recebe uma remuneração mensal. O banco utiliza estes recursos para financiar o setor imobiliário e o crédito rural, o que explica as regras específicas de remuneração.

Como a poupança funciona?

A poupança tem um funcionamento bem simples. Para começar a investir, basta abrir uma conta poupança em qualquer banco. Não existe valor mínimo para depósito, bem como não há cobrança de taxas de administração ou de manutenção da conta.

Os rendimentos são calculados mensalmente, de acordo com a Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês, quando a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Se a Selic ficar igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a TR.

A Taxa Referencial (TR) é um índice calculado pelo Banco Central do Brasil que serve como referência para diversos tipos de operações financeiras. Ela é estipulada com base na média ponderada das taxas de juros dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) praticadas pelos principais bancos do país, após a aplicação de um redutor definido pelo governo.

Voltando para a poupança, cada depósito tem sua própria data de aniversário, isto é, o dia em que o dinheiro começa a render. Por exemplo, se você depositar dinheiro no dia 10, ele só renderá no dia 10 do mês seguinte. Se sacar antes dessa data, não receberá os rendimentos do período.

Vantagens

A poupança apresenta diversos benefícios que justificam sua popularidade ao longo dos anos. Além da segurança e simplicidade, outros pontos positivos incluem:

  • Facilidade de acesso e movimentação do dinheiro;
  • Isenção total de Imposto de Renda sobre os rendimentos;
  • Proteção do FGC para valores até R$ 250 mil;
  • Não cobra taxas de administração;
  • Aceita pequenos valores para início de investimento.

Desvantagens

Por outro lado, a poupança também possui pontos negativos que merecem atenção, sendo o principal, a baixa rentabilidades. Outros são:

  • Pode perder para a inflação em alguns períodos;
  • Rendimento mensal fixo, sem possibilidade de negociação;
  • Não acompanha as altas da taxa Selic;
  • Perde para investimentos como CDB e Tesouro Direto em termos de retorno;

Quando é interessante investir na poupança?

A poupança pode ser uma opção interessante em algumas situações específicas. Por exemplo, ela se mostra adequada para guardar dinheiro de curto prazo ou para criar uma reserva de emergência, já que oferece liquidez imediata e segurança.

No entanto, no cenário atual, com a taxa Selic em 12,25% ao ano, a poupança não se mostra uma opção vantajosa. Isso ocorre porque outros investimentos de renda fixa oferecem rentabilidade superior, com níveis semelhantes de segurança.

Por outro lado, em um contexto de instabilidade política e econômica, como o que o Brasil atravessa, é ainda mais importante buscar investimentos que protejam melhor o poder de compra do dinheiro.

Alternativas à poupança

Existem diversas opções de investimento que podem oferecer melhor retorno que a poupança. O Certificado de Depósito Bancário (CDB), por exemplo, é um título emitido por bancos que costuma pagar taxas mais atrativas.

O Tesouro Direto, que são títulos emitidos pelo governo federal, também se apresenta como uma excelente alternativa. Ele oferece diferentes tipos de investimento, com rentabilidades que podem superar significativamente a poupança.

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são outros produtos interessantes. Assim como a poupança, eles são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, mas costumam oferecer rendimentos superiores.

Por fim, os fundos de investimento em renda fixa também podem ser uma opção, já que contam com gestão profissional e podem aplicar em diversos ativos ao mesmo tempo, embora seja importante avaliar as taxas cobradas.

Em resumo, embora a poupança apresente rendimentos baixos e possa perder para a inflação, ela continua sendo um importante instrumento de educação financeira para muitos brasileiros. Sua simplicidade e segurança a tornam uma excelente porta de entrada para o mundo dos investimentos, permitindo que as pessoas desenvolvam o hábito de poupar antes de migrar para aplicações mais sofisticadas e rentáveis.

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