Na sessão anterior…
Na última terça-feira, 14 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,86%, cotado a R$ 6,045.
O que influencia o dólar?
A notícia de uma possível implementação gradual das tarifas de importação pelos Estados Unidos (EUA) trouxe um alívio momentâneo aos mercados, especialmente após o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) vir abaixo das expectativas.
Esse contexto, combinado com a ausência de novas pressões negativas no mercado doméstico, reduziu o pessimismo entre os investidores.
Nos Estados Unidos, a estabilidade dos juros em janeiro parece quase certa, mas a inflação ao consumidor de dezembro, divulgada nesta quarta-feira (15), pode ser um divisor de águas.
Se o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro vier acima do esperado, o dólar tende a se valorizar globalmente.
Isso ocorre porque uma inflação mais alta pode levar o Federal Reserve (FED) a adotar uma postura mais restritiva, com a possibilidade de novos aumentos de juros, ou pelo menos eliminando a perspectiva de cortes em 2025.
Por outro lado, caso o CPI mostre desaceleração, reforçando uma tendência de inflação sob controle, o dólar pode perder força.
Isso aliviaria as preocupações com um aperto monetário adicional, o que beneficiária moedas de mercados emergentes, como o real brasileiro.
Brasil
Nesta quarta-feira (15), o mercado financeiro local observa o volume de serviços em novembro, a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, o Banco Central (BC) informa o fluxo cambial da semana e o Tesouro Nacional divulga as contas do Governo em novembro.
Reforma tributária
Na manhã desta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontra o ministro Fernando Haddad (PT) e de outras Pastas para definir os vetos da reforma tributária.
Segundo Haddad, os vetos serão técnicos para evitar problemas interpretativos. De acordo com o ministro, a proposta passa por avaliação em breve, pois o Ministério da Fazenda já apresentou as sugestões à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Casa Civil.
No entanto, a decisão final depende da análise do presidente.
O ministro garantiu que os vetos não comprometem a essência da reforma, assim como ocorreu na renegociação das dívidas estaduais.
Ele também destacou a importância de manter o texto aprovado ainda nesta semana para evitar atrasos no cronograma.
A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos segue incerta. A medida, prioridade para o governo Lula, depende da aprovação do Orçamento de 2025.
Haddad afirmou que a Receita Federal ainda finaliza as simulações sobre a ampliação do limite de isenção para rendas de até R$ 5.000.
Além do Imposto de Renda, Haddad ressaltou que a reforma da renda incluirá outras medidas, com implementação gradualmente.
Nesse sentido, ele descartou a apresentação de um pacote único, ao afirmar que as iniciativas devem se encaminhar à medida que ficarem prontas.
A reforma deve ser sancionada até quinta-feira (16).
EUA
Nesta quarta-feira (15), o mercado norte-americano observa o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), referente ao mês de dezembro.
Um CPI forte pode levar a chances do Federal Reserve (FED) de descartar cortes de juros em 2025 e até considerar novos aumentos, impulsionado pelo recente payroll.
Em contraste, uma inflação mais contida traria alívio aos mercados, afetados pelo protecionismo tarifário do novo governo de Donald Trump, enquanto cresce a expectativa de políticas graduais.
Ontem, a esperança de uma postura mais moderada do presidente eleito e a desaceleração do PPI em dezembro ajudaram a estabilizar as taxas de curto prazo dos Treasuries.
No entanto, a cautela prevalece devido à importância do CPI no cenário inflacionário.
Além disso, será informado o Livro Bege e discursos de dirigentes do Fed serão monitorados.
Dessa vez, discursa: Thomas Barkin, Neel Kashkari, John Williams e Austan Goolsbee.