Caro Investidor!
Você deve acompanhar o mercado financeiro, a economia brasileira e global já que é investidor ou está prestes a sê-lo. Imaginemos então que dá uma certa nostalgia lembrar que há um ano (um #tbt) vivíamos o ápice do Ibovespa, todo mundo no frisson do índice batendo 130 mil pontos, ações valorizadas o sr. mercado contente e com projeções incríveis para o ano que chegava. Poft! O sonho desidrata ao longo de 2024 e termina com uma taxa de juros assustadora com a inflação acima da meta e pior, com perspectivas pessimistas, menos para ela, a Renda Fixa que é parte boa do caos.
Motivos da Renda Fixa ser “salvadora”
Conforme os analistas da equipe do ASA, após a última decisão do Copom a projeção da Selic passou para 15,25% ao final do atual ciclo de elevação que, segundo eles, deve chegar até maio (altas de 1 pp, 1 pp, 0,5 pp e 0,25 pp são esperadas nas primeiras quatro reuniões do Copom em 2025).
Além disso, eles revisaram o PIB para baixo em 2025 (de 2,5% para 1,5%). “Com menor impulso fiscal e maior efeito da restrição das condições financeiras (movimento que se tornou mais agudo nas últimas semanas). Também passamos a projetar IPCA mais elevado em 2024 e 2025 (4,9% e 5,5%, respectivamente), efeito do maior repasse da desvalorização cambial recente”.
Inflação e Selic
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Para Lucas Sharau, economista e sócio da iHUB Investimentos, a expectativa de inflação para 2025 subiu consideravelmente ao longo do último ano. “Atualmente, projeta-se um IPCA de 4,87% para o acumulado de 12 meses. Caso a tendência de alta se mantenha, podemos encerrar o ano em 4,99%. Isso reflete pressões inflacionárias externas e internas, como aumento de matérias-primas e custos logísticos.”
Sobre a Taxa Selic, Sharau comenta que em 2024 era esperada em 9,00% a.a., agora projeta-se em cerca de 15,00% a.a. “Este aumento impacta diretamente o custo do crédito e a dinâmica dos mercados de renda fixa e variável.”
A Renda Fixa como foco da carteira
De acordo com a análise de Filipe Arend, head de Renda Fixa da Faz Capital janeiro deve ser um mês marcado pela continuidade da volatilidade dos juros, algo que vem sendo observado desde o final do ano passado.
“Não há sinais de que as taxas negociadas nos títulos públicos terão uma redução expressiva no curto prazo, já que os fatores que impulsionaram essa alta são estruturais. Esses fatores estão ligados principalmente à deterioração do quadro fiscal do governo, ao agravamento das projeções de endividamento público e à inflação corrente no país”, comenta.
Arend destaca que, atualmente, a remuneração das NTN-Bs estabilizou-se acima de IPCA + 7%, chegando perto de 8% reais em vencimentos mais curtos. Também que os títulos prefixados, como LTNs e NTN-Fs, têm rendimentos acima de 15% ao ano, patamar semelhante às máximas registradas em 2015 e 2016.
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“A demanda por ativos de renda fixa deve continuar alta, especialmente pelos títulos pós-fixados. Investidores que buscam aproveitar as altas de juros já contratadas pelo Banco Central têm optado por esses ativos, assim como pelos títulos atrelados à inflação, que permitem manter o poder de compra em cenários de inflação elevada e garantir um retorno real significativamente alto em comparação ao histórico de taxas no país”, afirma o head.
Essa taxa de juros alta deixa o ambiente bem favorável para a Renda Fixa conforme Lucas Sharau, economista e sócio da iHub Investimentos, principalmente para investidores moderados e conservadores. “Títulos prefixados oferecem remunerações entre 13,00% e 19,00% ao ano, enquanto os indexados ao IPCA apresentam taxas que variam de IPCA+7,40% a IPCA+15,00% ao ano, dependendo do risco e do prazo. Esses produtos são ideais para quem busca segurança e previsibilidade em um cenário de maior instabilidade econômica.
Ainda sobre a influência da Selic, Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, comenta que a Renda Fixa está muito vinculada às taxas básicas de juros. “Enquanto os principais mercados estão conseguindo manter ou reduzir as suas taxas, o Brasil tem feito o contrário e a expectativa é de pelo menos mais duas altas agora no começo do ano”, disse.
De acordo com Marinello, para quem investe em pré-fixados principalmente, já pode assegurar uma boa rentabilidade a médio prazo. “Os títulos pós-fixados também são opções seguras, mas acompanhando muito bem todo o cenário macroeconômico e as políticas monetárias para ver como vai ser a trajetória do juros aqui no Brasil”, alerta.
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(Colaborou na produção: Márcia Sobotyk)